A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) levantou a possibilidade do processo contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tramitar em lentidão no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi encaminhado ao conselho após comparar professores a traficantes, em discurso realizado no domingo (9/7), em uma marcha pró-armas, em Brasília.
Por meio de sua conta oficial no Twitter, Kokay levantou dúvidas sobre se o processo contra Eduardo chegaria rápido ao órgão.
"A pergunta que não quer calar: Eduardo Bolsonaro, que atacou os professores, será acionado no Conselho de Ética que nem nós mulheres que defendemos os povos indígenas? Se acionado, o processo contra ele chegará ao Conselho de Ética em apenas quatro horas como o nosso chegou?", questionou a parlamentar.
A pergunta que não quer calar: Eduardo Bolsonaro, que atacou os professores, será acionado no Conselho de Ética que nem nós mulheres que defendemos os povos indígenas? Se acionado, o processo contra ele chegará ao Conselho de Ética em apenas quatro horas como o nosso chegou?
— Erika Kokay (@erikakokay) July 10, 2023
O processo contra Eduardo Bolsonaro foi movido nesta segunda-feira (10/7), pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP), que argumentou ser um "insulto aos professores" a comparação com traficantes de drogas feita pelo parlamentar filho de Jair Bolsonaro.
URGENTE! Vamos entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Eduardo Bolsonaro.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) July 10, 2023
Esse insulto a todos os professores brasileiros não pode ficar impune!
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Mulheres e indígenas
No tuíte, a deputada lembrou ainda do fato de o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovar, em junho, os requerimentos contra ela e mais quatro parlamentares (Célia Xakriabá, PSol-MG; Talita Petrone, PSol-RJ; Fernanda Melchionna, PSol-RS; e Juliana Cardoso, PT-SP) em detrimento das denúncias feitas em fevereiro, para apurar declarações de parlamentares favoráveis às manifestações golpistas do 8 de Janeiro.
A Comissão de Ética, com essa decisão, incluiu nas investigações requerimentos que questionavam as manifestações dessas parlamentares contra o marco temporal — medida aprovada na Câmara que define as demarcações de terras indígenas.
“Essas representações estão na gaveta da presidência da Casa até agora, desde o dia 2 de fevereiro. Entretanto, vamos examinar aqui representações feitas agora, anteontem, contra parlamentares mulheres do PSol e do PT com uma celeridade que nos parece inadequada”, disse o deputado Chico Alencar (PSol-RJ), na época.
Sobre a aprovação dos requerimentos no Conselho de Ética contra as deputadas, Xakriabá defendeu que as mulheres parlamentares estão sendo silenciadas. “Não viemos para fazer baderna, não viemos para quebrar o Congresso, como no dia 8 de janeiro. Viemos para quebrar o machismo, o racismo, que tenta impedir que nós sigamos falando."
PF investiga Eduardo Bolsonaro
Por determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a Polícia Federal (PF) investigará se o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e outras pessoas presentes em um ato pró-armamento realizado em Brasília, cometeram crimes. O que pesa contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é a comparação de professores com traficantes.
O deputado Eduardo Bolsonaro classificou a conduta do ministro como "perseguição" política. "Impressiona um ministro que é tão ágil na hora de se beneficiar politicamente, ter sido tão lento, logo na ocasião em que agir rápido não lhe daria benefícios, como no 8 de janeiro", disse Eduardo.
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