O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou seu perfil no Twitter, nesta segunda-feira (10/7), para classificar como "perseguição" a iniciativa do ministro da Justiça, Flavio Dino, de ordenar à Polícia Federal (PF) investigar possíveis crimes em sua fala que comparou professores a "doutrinadores" e "traficantes sequestradores".
Para embasar o argumento, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que "verdadeiros criminosos parecem não incomodar tanto" o ministro da Justiça, já que, para o parlamentar, Dino deixou de agir nas investigações da invasão da sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
"Impressiona um ministro que é tão ágil na hora de se beneficiar politicamente, ter sido tão lento, logo na ocasião em que agir rápido não lhe daria benefícios, como no 8 de janeiro", diz Eduardo, em trecho do tuíte publicado.
NÃO É SOBRE CRIMES, É SOBRE PERSEGUIÇÃO.
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) July 10, 2023
Um ministro da justiça mobilizar a PF para investigar minha analogia sobre doutrinadores, que se aproveitam da posição de professores para escravizarem pela ideologia, agirem como traficantes que escravizam pela droga, ambas as situações…
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Discurso em ato pró-armas
O discurso em que Eduardo Bolsonaro comparou professores a traficantes foi feito no domingo (9/7), em Brasília, durante uma manifestação pró-armas de fogo. “Se tivermos uma geração de pais que prestem atenção na criação dos filhos, tirem um tempo para ver o que eles aprendem nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador querer sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime”, alegou o deputado.
O Correio contatou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para questionar sobre a alegação de que Flavio Dino perseguiria Eduardo Bolsonaro e aguarda uma resposta.
Consequências
Além da determinação do ministro Flavio Dino, para que a PF apure possíveis crimes cometidos por Eduardo Bolsonaro, os deputados federais Sâmia Bomfim (PSol-SP) e Guilherme Boulos (PSol-SP) acionaram, respectivamente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados.
"Vamos entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Eduardo Bolsonaro. Esse insulto a todos os professores brasileiros não pode ficar impune!", disse Boulos.
"Eduardo Bolsonaro é um covarde! Num país marcado por atentados contra escolas, utilizar palanque de um evento armamentista pra incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime! Não vai ficar impune, estou acionando a PGR contra esse fascista agora mesmo!", pontuou Sâmia.
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