O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, neste sábado (8/7), do encerramento da Reunião Técnico-Científica da Amazônia, em Letícia, na Colômbia, cidade na região de tríplice fronteira entre Colômbia, Brasil e Peru. Lula comemorou os resultados que apontam a queda no desmatamento da Amazônia brasileira no primeiro semestre de 2023, reiterou o compromisso do governo em zerar o desmatamento até 2030 e disse que os demais países amazônicos deveriam se juntar ao Brasil nesse empenho e assumir o protagonismo de proteger a floresta.
Lula propôs a constituição do “Parlamento Amazônico”, envolvendo as comunidades locais na participação da construção de políticas mais sustentáveis. O presidente defendeu também a necessidade de se estabelecer um comitê de especialistas da Amazônia para gerar conhecimento. “A formação de rede de contatos entre instituições de ensino e pesquisa contribuirá para a criação oportunidades para a nossa juventude”, apontou o brasileiro.
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Após cinco anos consecutivos de alta, a área sob alerta de desmatamento na Amazônia teve uma queda de mais de 33% no primeiro semestre de 2023, segundo dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora alterações na cobertura florestal. Lula aproveitou o encontro para voltar a cobrar a participação dos países ricos no aporte do fundo de transição energética para os mais pobres.
“Uma transição ecológica justa requer recursos adequados e transferência de tecnologia. Não pode se basear na exploração predatória de recursos naturais, nem justificar novos protecionismos. Em suma, não pode servir de fachada para um neocolonialismo”, disse. "A descarbonização não deve aprofundar as desigualdades entre os países”, completou Lula.
O brasileiro deve usar usar os dados para cobrar mais empenho dos países da União Europeia, tanto no repasse dos US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento do fundo de combate às mudanças climáticas estabelecido no Acordo de Paris, em 2009, quanto o empenho deles para se alcançar o acordo de livre comércio com o Mercosul.
Para Lula, os oito países amazônicos — Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela — têm dois desafios, um institucional, no fortalecimento da organização do tratado de cooperação amazônica, e um político, na construção de uma nova visão de desenvolvimento sustentável para a região.
“Cuidar da Amazônia é um privilégio e uma responsabilidade. Cabe a nós decidirmos como dar uma vida digna para nossa gente e preservar nossa floresta e biodiversidade. A Cúpula de Belém será uma oportunidade para os oito países amazônicos assumirem o protagonismo na busca por soluções compartilhadas”, disse Lula no encontro.
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