Itaipu

Lula: "Quando a gente não gosta de política, nasce uma 'titica' como Bolsonaro"

"Quando estiver passando na cabeça de vocês que ninguém presta, pelo amor de Deus. Ainda assim, não desista. Entre você na política porque o político bom que você quer está dentro de você", encorajou o presidente Lula

Ingrid Soares
postado em 04/07/2023 18:37 / atualizado em 04/07/2023 19:11
 (crédito: Reprodução / TV Brasil)
(crédito: Reprodução / TV Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na tarde desta terça-feira (4/7) da cerimônia de assinatura de retomada das obras do campus da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), e de posse da nova reitora, Diana Araújo Pereira. O evento ocorreu na Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Ao discursar, o chefe do Executivo teceu críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamando-o de "titica". A fala ocorreu quando o petista apontou que os jovens podem não gostar de políticos, mas que devem gostar de política.

"Vocês jovens, pelo amor de Deus. Normalmente são induzidos a não gostar de política porque 'político é tudo ladrão, é tudo corrupto. Eu não gosto de político'. Quando a gente não gosta de política, nasce uma titica como Bolsonaro. É isso que dá", disse sendo ovacionado pela plateia, que entoou ainda gritos de  "inelegível", em referência à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. 

O presidente ainda encorajou jovens a ingressarem na política.

"Vocês não precisam gostar do político, mas tem que gostar de política. Porque quando vocês não acreditarem mais em ninguém, quando estiver passando na cabeça de vocês que ninguém presta, pelo amor de Deus. Ainda assim, não desista. Entre você na política porque o político bom que você quer está dentro de você", bradou.

Lula afirmou nunca ter visto tanto ódio no país do que durante a gestão Bolsonaro. "Vocês não tinham um presidente outro dia que mentia 11 vezes por dia? Mentia, destilava ódio, mentira todo dia, ofensas, não gostava de mulher, trabalhador, negro, índio, não gostava da floresta Amazônica, não gostava de ninguém. Era ele e o pessoal dele. Nunca vi tanto ódio estabelecido nesse país como vi nos últimos dias", emendou.

E voltou a dizer que, ao retornar à presidência, encontrou 14 mil obras paralisadas pelo país. "Na educação foram 4 mil obras. Só na creche, quase 2 mil obras paradas. Como pode um país deixar as obras paralisadas porque o presidente não gostou da obra? Aquele obra não é para ele, é para o povo", criticou. 

"A gente não mede a qualidade do político pela quantidade de ponte, de asfalto, qualquer um pode construir. A gente mede pela qualidade de vida daquele estado, cidade. Pela qualidade da educação ou da saúde".

Por fim, disse que "ninguém vai impedir que esse país de voltar a sorrir mais uma vez".

"Ninguém vai impedir que a nossa juventude volte a ter emprego de qualidade, que a gente vai fazer nossas mulheres serem respeitadas e não violentadas".

Lembrando sanção de lei de igualdade salarial assinada ontem, completou que "mulher não tem que ser tratada como objeto de cama e mesa. Tem que ser tratada como um sujeito da história".

Na ocasião, foi anunciado um investimento de R$ 600 milhões provenientes dos caixas da Itaipu Binacional para retomada das obras do campus da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), no Paraná. O prazo para a conclusão dos trabalhos é de três anos.

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