O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta terça-feira (04/7) da abertura da 62ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que ocorre na cidade argentina de Puerto Iguazú, na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai. Em discurso, o chefe do Executivo destacou que o Mercosul é um dos "principais alicerces do projeto de integração regional construído ao longo das últimas décadas" e pregou sobre a união dos países do bloco.
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"Desde janeiro, estive com vários líderes mundiais, em diferentes foros, neste e em outros continentes. O mundo está cada vez mais complexo e desafiador. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho, nem pode permanecer alheio aos grandes dilemas da humanidade. Não temos alternativa que não seja a união", disse ele.
Lula comentou sobre a responsabilidade mundial em relação ao meio ambiente e frente a guerra da Rússia na Ucrânia.
"Frente à crise climática, é preciso atuar coordenadamente na proteção de nossos biomas e na transição ecológica justa. Diante das guerras que trazem destruição, sofrimento e empobrecimento, cumpre falar da paz. Em um mundo cada vez mais pautado pela competição geopolítica, nossa opção regional deve ser a cooperação e a solidariedade. Face ao aumento do ódio, da intolerância e da mentira na política, é urgente renovar o compromisso histórico do Mercosul com o estado de direito. Como presidentes democraticamente eleitos, temos o desafio de enfrentar todos os que tentam se apropriar e perverter a democracia", ressaltou, defendendo a construção de um Mercosul mais democrático e participativo.
O petista ainda agradeceu após o Brasil assumir a presidência pro tempore do bloco e pediu a volta do protagonismo do Mercosul na Organização Mundial do Comércio (OMC). Ao longo dos últimos seis meses, a Cúpula foi retomada após sete anos de paralisação.
"Na vertente econômica e comercial, pretendemos aperfeiçoar nossa Tarifa Externa Comum e evitar que barreiras não tarifárias comprometam a fluidez do comércio. A proliferação de barreiras unilaterais ao comércio perpetua desigualdades e prejudicam os países em desenvolvimento. Combater o ressurgimento do protecionismo no mundo, implica resgatar o protagonismo do Mercosul na Organização Mundial do Comércio", enfatizou.
"Trabalharemos para mobilizar recursos junto aos bancos nacionais e aos organismos regionais para o desenvolvimento, como a CAF, o Fonplata e o BID, para financiar projetos de infraestrutura física e digital", completou.
Moeda comum
Lula também voltou a falar na criação de uma moeda comum. De acordo com o presidente, o mecanismo possibilitaria a criação de uma unidade referência comum para o comércio, reduzindo dependências de moedas como o dólar.
"A adoção de uma moeda comum para realizar operações de compensação entre nossos países contribuirá para reduzir custos e facilitar ainda mais a convergência. Falo de uma moeda de referência específica para o comércio regional, que não eliminará as respectivas moedas nacionais".
E falou em ampliar e aprimorar os acordos comerciais com Chile, Colômbia, Equador e Peru.
Por fim, Lula citou a ex-presidente Dilma Rousseff, hoje à frente da presidência do banco dos Brics e disse que, com ela à frente, "novos horizontes se abrem para o Mercosul reduzir as assimetrias dos seus membros", concluiu.
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