Em conversa com o CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta sexta-feira (30/6), o Secretário de Acesso à Justiça do Ministério de Justiça e Segurança Pública (MJSP), Marivaldo Pereira, defendeu a implementação de câmeras no fardamento das polícias brasileiras. A medida, segundo Pereira, tem grande eficácia no enfrentamento da letalidade policial e auxilia no aumento da qualidade da segurança pública.
A implementação de câmeras no fardamento de policiais já é realizada em alguns estados. De acordo com Marivaldo Pereira, os resultados obtidos nesses casos são significativos. A ação levou à redução do número de pessoas mortas em operações, incluindo os próprios oficiais. “O bom policial sabe que (uma) operação bem sucedida é aquela em que ninguém foi morto e em que a lei foi devidamente cumprida”, afirmou.
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Segundo o secretário, existe uma oportunidade histórica de avançar sobre o tema da letalidade policial e, ao mesmo tempo, elevar a qualidade da segurança pública. Pereira explicou também que a implementação de câmeras no fardamento de policiais aumenta, por exemplo, o número de ocorrências sobre violência doméstica. “Isso significa que, muitas vezes, aquela denúncia sobre violência doméstica, que não iria resultar em ocorrência nenhuma, passou a ser registrada, porque o policial toma mais cuidado em cumprir o protocolo”, argumentou.
Apesar de não ser uma medida de âmbito exclusivo do governo federal, pelo fato de muitas polícias serem comandadas pelos estados, Pereira afirmou que o MJSP exerce importante influência na indução de políticas públicas sobre entidades estaduais. Para ele, os dados obtidos nas áreas onde a medida já foi implementada colaboram para que outros estados tendam a adotá-la.
Ao falar sobre o andamento da medida no Distrito Federal, Pereira contou que esteve com o Secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, que afirmou que a discussão está em estágio avançado no Planalto Central. Uma próxima reunião para debater o tema já está sendo agendada entre os dois. Na ocasião, segundo Pereira, uma "troca de ideias" deve ocorrer com os dados obtidos pelo governo federal e pelo governo do DF.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes