Atos golpistas

Bolsonaro sobre Cid: celular do ex-ajudante era 'muro das lamentações'

O ex-presidente declarou nesta sexta-feira (30/6) que não recebia as mensagens que chegavam no celular do tenente-coronel, onde foram encontrados mensagens e planos golpistas

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta sexta-feira (30/6) que o celular de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, era um "muro das lamentações" e que as mensagens recebidas não chegavam até ele. Cid, que está preso, está sendo investigado por mensagens golpistas e uma minuta contendo plano para toma do poder encontradas em seu aparelho.

"O que é o telefone do Cid? Um muro das lamentações. É uma caixa postal. Tudo o que acontecia comigo, pelo Brasil, ligava para o Cid. É tanta coisa que chegava... Então, alguns lamentavam, xingavam, mas nem chegava para mim. Ele respondia é com emoji", declarou o ex-presidente em entrevista à Rádio Itatiaia.

Ele também disse que a minuta golpista que previa interferência federal nas eleições do ano passado era "um papel que encontraram na casa do Anderson Torres".

Investigação

Cid foi preso em maio em inquérito sobre fraude em cartões de vacinação, inclusive nos de Bolsonaro e seus familiares. Porém, a investigação encontrou mensagens entre o tenente-coronel e outros militares, como o coronel Jean Lawand Jr., que discutiam sobre um possível golpe envolvendo as Forças Armadas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Cid deve depôr hoje à Polícia Federal pela terceira vez, a partir das 15h da tarde. Na semana que vem, ele também tem oitiva marcada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques terroristas de 8 de janeiro, em Brasília.

Bolsonaro, por sua vez, enfrenta julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixá-lo inelegível por oito anos ainda hoje. Falta apenas um voto favorável para que a Corte forme maioria.

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