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Pedido de doações por perfil da PRF de Sergipe para Bolsonaro é golpe

A publicação da PRF de Sergipe foi compartilhada há quatro horas. Aliados divulgaram "vaquinha" para levantar dinheiro para pagamento de multas judiciais de Bolsonaro, mas a PRF afirma que o post no perfil oficial da corporação é uma fraude e o Pix nem mesmo é de Bolsonaro

O perfil oficial da Polícia Rodoviária Federal de Sergipe no Instagram publicou uma imagem pedindo doações, supostamente, para o Pix do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, segundo a corporação, a publicação é uma "fraude" e o QR Code do post nem leva a conta de Bolsonaro. 

Aliados do político divulgaram campanha de "vaquinha", na semana passada, para levantar dinheiro para pagamento de multas judiciais, sob a justificativa de que o ex-presidente é vítima de "assédio judicial" e que precisa de ajuda para quitar "diversas multas em processos absurdos". Na publicação, o perfil da PRF de Sergipe diz que a corporação "decidiu colaborar com a causa". Ao Correio, a assessoria da Polícia Rodoviária Federal diz que a postagem é uma "fraude" e que "as providências para retirada do card e investigações estão em andamento".

A postagem da PRF de Sergipe foi compartilhada há quatro horas e até a publicação desta matéria ainda não tinha sido retirada do ar. "A equipe da Polícia Rodoviária Federal de Sergipe decidiu colaborar com a causa do nosso ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, acreditamos que ele ainda tem sua cidadania brasileira e merece todo nosso apoio como pátria! Se você concorda, ajude-nos com pix de qualquer valor, todo dinheiro será restituído para ele", diz. Ao Correio, a PRF afirmou que "outra postagem relacionada já foi denunciada e removida" e que a corporação está fazendo o possível para recuperar o perfil do ataque hacker.

O perfil nacional da Polícia Rodoviária Federal publicou uma nota de esclarecimento informando que a corporação não pediu doações e foi alvo de ataque hacker. O QR Code presente na imagem compartilhada direcionava as vítimas para um golpe.

A "vaquinha" surgiu após o início do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última quinta-feira (22/6), que pode determinar a inelegibilidade do ex-presidente até 2030. Bolsonaro é investigado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação para obter benefícios na eleição de 2022. Em uma reunião feita com embaixadores, em julho do ano passado, no período pré-eleitoral, ele apresentou denúncias, sem comprovações, sobre a integridade do sistema eleitoral brasileiro. O julgamento será retomado nesta quinta-feira (29/6), às 9h.

Aliados políticos de Jair Bolsonaro (PL) fizeram Pix de valores que vão de R$ 10 a R$ 1 mil para o ex-presidente. Os comprovantes das transferências foram publicados por deputados, prefeito e vereadores nas redes sociais. O assessor de Bolsonaro Fabio Wajngarten alega que a campanha de doações não partiu da equipe do ex-presidente. Apesar disso, o próprio Wajngarten publicou no Twitter a chave Pix de Bolsonaro, com a indicação que a conta é do Banco do Brasil e a frase: "confira antes de transferir".

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