CPMI do 8/1

Lawand tenta justificar frase 'Vai ter que ser pelo povo'; relatora rebate

Frases flagradas na troca de mensagens entre o coronel e o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, foram questionadas pontualmente durante o depoimento na CPMI nesta terça-feira (27/6)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do 8 de janeiro ouve nesta terça-feira (27/6) o coronel do Exército, Jean Lawand Júnior — o segundo depoente da semana. O coronel foi questionado pelos parlamentares por ter aparecido em troca de mensagens com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid.

Especificamente sobre o trecho em que ele pede por uma “ordem” por parte do então presidente, Cid respondeu: "Mas o Pr não pode dar uma ordem... se ele não confia no ACe (Alto Comando do Exército)". A seguir, Lawand dispara que "ferrou" e adiciona que "vai ter que ser pelo povo mesmo”.

Para justificar a fala, ele disse que o povo teria que se “conscientizar de que não haveria nenhuma ordem presencial, de que não seria atendido naquilo que pleiteia e que teria que retornar para sua casa e fazer o Brasil continuar”. “Essa foi a minha intenção nessa frase”, emendou à relatora Eliziane Gama (PSD-MA).

Taísa Medeiros/CB - Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de Janeiro.

Eliziane não se contentou com a resposta. “Me desculpa, Coronel, mas não tem sentido, considerando o conteúdo das suas mensagens”, rebateu. Lawand seguiu negando a intenção de um golpe, e repetiu que seu objetivo era pacificar o país. “Eu não tinha nem motivação, nem capacidade, nem força pra fazer qualquer atentado e muito menos motivar as pessoas a fazê-lo”, relatou.

A defesa do coronel pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (23) para que ele tivesse o direito de ser ouvido como investigado na CPMI, pois assim poderia permanecer em silêncio. A ministra Cármen Lúcia concedeu a autorização. No entanto, ele não poderá ficar calado em todas as questões. Lawand poderá manter o silêncio apenas em indagações em que a resposta possa incriminá-lo. Nos demais questionamentos, sobre a participação de terceiros, por exemplo, ele deve responder.

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