CPMI DO 8/1

Lawand sobre mensagem de teor golpista a Cid: 'Fui muito infeliz'

Coronel do Exército Jean Lawand Júnior depõe nesta terça-feira à CPMI que investiga os atos antidemocráticos do 8/1

Em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de Janeiro na manhã desta terça-feira 927/6), o coronel do Exército Jean Lawand Júnior pediu desculpas ao Exército e ao "povo brasileiro" pelas mensagens de cunho golpista trocadas com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro Mauro Cid. Nas conversas, ele pedia que Cid convencesse Bolsonaro de dar um golpe contra o Estado democrático de direito.

Lawand, segundo depoente da semana na CPMI, está protegido por um Habeas Corpus, que lhe dá direito de não responder perguntas que possam incriminá-lo. Apesar disso, Lawand respondeu até agora a todos os questionamentos da relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Segundo o coronel justificou, nas mensagens flagradas ele estava tentando entender como a revolta dos brasileiros por conta das ideias antagônicas poderia ser dissipada.

“Que viesse alguma manifestação do presidente Bolsonaro para poder apaziguar aquilo e as pessoas pudessem voltar a sua vida normal”, explicou. De acordo com Lawand Bolsonaro tinha uma “liderança sobre a população” que poderia frear as manifestações.

Lawand pediu desculpas ao exército brasileiro pelo teor das mensagens. “Quero pedir desculpas ao Exército brasileiro, ao povo brasileiro. O EB é disciplinado, é legalista, e nessa fala eu fui muito infeliz, foi uma opinião minha no calor da emoção. Não posso, na minha condição de coronel, dizer o que pensa o Alto Comando. Eu me equivoquei”, afirmou.

Mas a relatora retrucou: “O senhor não pode colocar que sua posição não tinha qualquer influência. O senhor tinha contato direto com o ajudante de ordens do presidente da República. O senhor não pode minimizar uma posição sua diante de fatos concretos que estão aqui”, disse a relatora Eliziane Gama.

Depoimentos

Ontem, a CPMI ouviu o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime. Ele afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência alertou claramente, um dia antes, que vândalos bolsonaristas se preparavam para invadir as sedes dos Três Poderes. Segundo ele, a Abin acionou, na manhã de 7 de janeiro, os integrantes do grupo de WhatsApp que reunia representantes dos órgãos de inteligência.

Saiba Mais