ATOS GOLPISTAS

Moraes nega liberação de Naime da CPMI, mas defesa apresenta atestado

Moraes tinha autorizado o ex-comandante a ir em condição de testemunha e ficar em silêncio. Naime está preso desde 7 de setembro, após ser alvo da Operação Lesa Pátria, da PF

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes negar o pedido da defesa do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, de não comparecer na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o militar irá apresentar atestado médico e não vai à sessão marcada para esta segunda-feira (26/6). 

A informação foi confirmada pelo Correio com interlocutores, que afirmaram que Naime foi avaliado por um médico, a pedido da família, no domingo (25/6), que deu um atestado psiquiátrico de depressão ao militar para esta segunda-feira. Com o atestado, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), informou à relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), que a sessão será aberta e encerrada na sequência.

Nesta segunda-feira (26/6), Moraes julgou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa para liberar o militar da oitiva. O ministro negou a liberação, mas permitiu que Naime ficasse em silêncio, além de comparecer "assistido por advogados durante sua oitiva, podendo comunicar-se com os eles, observados os termos regimentais e a condução dos trabalhos pelo Presidente da CPMI".

Naime está preso desde 7 de setembro, após ser alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. No âmbito da CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), o coronel é alvo de uma ofensiva para ser ouvido novamente. Uma nova data para a oitiva do ex-comandante do Departamento de Operações (DOP) deve ocorrer após o recesso parlamentar dos distritais.

"Existe um cidadão no Brasil, hoje, que sabe mais que todos nós: Alexandre de Moraes, que está mantendo a prisão do coronel Naime. Portanto, ele tem informações que justificam a continuidade dessa prisão, que certamente tem a ver com o que aconteceu no DF no dia 8”, disse o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT).

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