CONGRESSO

Relatora da CPMI do 8/1 acata pedido de notícia-crime contra Silvinei Vasques

Os parlamentares argumentaram que o ex-diretor-geral da PRF mentiu, durante oitiva da CPMI do 8/1, a respeito dos dados de fiscalizações no Nordeste

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, Eliziane Gama (PSD-MA), acatou o requerimento da base governista que pede que a Comissão sugira ao Ministério Público a abertura de uma notícia-crime contra Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo os parlamentares, em depoimento à CPMI do 8 de janeiro no dia 20 de junho, Vasques mentiu e forjou dados. Eliziane irá registrar a demanda no relatório final da Comissão. 

No depoimento inicial, Silvinei afirmou que não houve maior número de fiscalização no Nordeste. A informação é, de acordo com o Psol, mentirosa. O partido argumenta que, de acordo com dados obtidos pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública sobre fiscalização ocorrida no primeiro e segundo turno das eleições, houve aumento do efetivo da corporação na região. “O Nordeste teve, no segundo turno, 50% a mais de fiscalizações apesar de ter 55% menos do eleitorado”, defendeu o partido na notícia-crime protocolada.

Na CPMI, Vasques disse, também, que Nordeste, junto com o Norte, foram os lugares onde a PRF menos realizou fiscalização no segundo turno. A legenda rebate o argumento. “É mentira. A PRF tinha 290 pontos fixos de fiscalização no Nordeste no dia 30 de outubro de 2022, quantidade maior que a registrada nas regiões Sudeste (191), mais populosa do país; Sul (181), Centro-Oeste (153) e Norte (96). Estes são dados oficiais do Ministério da Justiça”, diz o texto apresentado.

“Eu e a deputada Érika Hilton pedimos que Silvinei envie para nós a fonte de onde tirou os dados informados e entramos com uma notícia-crime contra ele, já acatada pela senadora Eliziane Gama, que irá registrar essa demanda no relatório final da Comissão!“, disse o deputado pastor Henrique Vieira (PSol-RJ). 

“Já passaram 24 horas. A prisão em flagrante não é mais cabível do ponto de vista jurídico. Eu não quero ser exorbitante, eu não quero agir fora da margem da lei. Agora, oferecimento de notícia-crime para que ele possa se defender diante da Procuradoria-Geral da República eu acho que é a Comissão se respeitar diante da mentira que está aqui comprovada”, acrescenta o deputado.

CPMI

Nesta quinta-feira (22/6), a CPMI realiza mais quatro oitivas. Serão ouvidos: Valdir Pires Dantas Filho e Renato Martins Carrijo, peritos da Polícia Civil do Distrito Federal; Leonardo de Castro, diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da Polícia Civil do DF e George Washington de Oliveira Sousa, condenado pelo atentado a bomba no aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022. 

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