O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quinta-feira (22/6) com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em Paris. Na reunião bilateral, ambos falaram sobre a cúpula do Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, que ocorrerá entre 22 e 24 de agosto em Johanesburgo, na África do Sul.
Segundo o Planalto, Lula e Ramaphosa também discutiram opções para trabalhar pela paz no conflito entre Rússia e Ucrânia. O presidente sul-africano comentou a participação na comitiva de altos representantes de países africanos (junto com Comores, Congo, Egito, Senegal, Uganda e Zâmbia) que esteve em Kiev para uma audiência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e em Moscou para conversar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e debater caminhos para uma solução pacífica.
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No encontro com Putin, o presidente sul-africano defendeu o fim da guerra, especialmente pelas consequências do conflito nos países de seu continente. Segundo ele, as dificuldades para importar grãos da Ucrânia e fertilizantes da Rússia estão comprometendo a segurança alimentar em diversos locais da África e do mundo.
Estabelecidas em 1948, as relações diplomáticas entre Brasil e África do Sul completam 75 anos este ano. Os dois países mantêm uma intensa cooperação diplomática e participam de diversos fóruns internacionais: além do Brics, integram o IBAS (com a Índia), o BASIC (com Índia e China) e o G20.
Além de Angola, a África do Sul é o único país do continente africano com o qual o Brasil tem uma parceria estratégica, com cooperação nas áreas de defesa e segurança, energia nuclear, investimentos, cooperação e acesso a mercados.
Em 2022, o volume de comércio exterior entre Brasil e África do Sul ficou em US$ 2,6 bilhões, sendo US$ 1,7 bilhão em exportações brasileiras e US$ 900 milhões em exportações sul-africanas. Os produtos brasileiros mais exportados foram petróleo (16% do total), frango (12%) e veículos (7,2%). Nas importações vindas da África do Sul, a prata e platina ficaram no topo (33%), seguidas pelo carvão (11%) e o alumínio (10%).