A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga esquema de manipulação de em partidas de futebol recebe, nesta terça-feira (20), o jogador Marcos Vinícius Barreira, o ‘Romário’ do Vila Nova. Durante o depoimento, o atleta afirmou que foi ameaçado por apostadores.
Romário afirmou que passou o número do telefone de um colega de clube goiano, Gabriel Domingues, mas não chegou a negociar valores com os assediadores. O jogador justificou que passou os contatos após a esposa ter recebido ameaças com direito a vídeos mostrando armas.
“Fiquei envolvido nisso só por ter passado o número do Gabriel Domingues. Mas sobre valores eu não tenho nada a ver tanto que nem estava nas conversas com ele. Só passei o número e segui minha vida. Pedi férias do Vila e depois que estava na casa do meu avô fiquei sabendo que o Gabriel Domingues não ia fazer mais, aí o Bruno [apostador] veio atrás de mim para cobrar R$ 500 mil. Aí ele fez ameaças, achou o Instagram da minha esposa, ficou ameaçando ela ficou fazendo vídeo de arma, disse que um tiro era para mim e um para minha filha”, disse Romário.
No início da CPI, o relator Felipe Carreras (PSB-PE), fez um questionamento sobre a diferença de penas aplicadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Enquanto jogadores de equipes menores recebem penas duras com grandes multas e até de banimento, atletas de times grandes acabaram recebendo punições bem mais brandas, como o caso do zagueiro do Santos, Eduardo Bauermann, que levou 12 jogos e o lateral Igor Cariús, do Sport, absolvido pela Justiça.
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“Como é que um jogador é banido e o outro é punido com 6 ou 8 jogos? Que critério é esse que talvez um jogador do Vila Nova tem uma punição de ser banido de futebol e um jogador de um clube tradicional do futebol brasileiro tem pena de algumas partidas? Essa CPI também precisa investigar, esse tratamento diferenciado”, disse Carreras.
“Me sinto, sei lá, humilhado na associação. Tipo assim, jogador do Santos pegou 12 jogos e como eu jogava no Vila, fui banido? É uma penalidade muito máxima né”, disse o jogador que afirmou não ter recebido nenhum tipo de suporte do sindicato dos jogadores de futebol”, afirmou Romário.
Diferenças das penas:
Moraes - Aparecidense: pegou 760 dias de afastamento e multa de R$ 55 mil.
Gabriel Tota - Juventude: Banido do futebol e multa de R$ 30 mil.
Paulo Miranda - Náutico: 1000 dias e R$ 70 mil de multa.
Romarinho - Vila Nova: Banido e multa de R$ 15 mil
Fernando Netto - São Bernardo: 380 dias e R$ 15 mil de multa.
Eduardo Bauermann - Santos: 12 jogos de afastamento
Igor Carius - Sport: único absolvido entre os investigados na Operação Penalidade Máxima
Matheus Gomes: banimento e multa de R$ 10 mil;
Kevin Lomónaco - Bragantino: 380 dias de suspensão e multa de R$ 25 mil.
obs: alguns jogadores rescindiram com os clubes indicados no texto após a publicização dos esquemas de aposta.