Sob pressão para trocas em ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para hoje uma reunião com os 37 chefes de pastas da Esplanada. Está confirmada a presença da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, alvo de fritura do União Brasil e que tem a saída dada como certa nos bastidores.
Desde a reunião com Lula, na terça-feira, Daniela participou de duas audiências públicas no Congresso para apresentar as realizações de sua gestão, como números positivos do setor do turismo, foco em qualificação de profissionais e investimento em infraestrutura. A exposição que fará hoje, porém, terá foco em projetos futuros.
Daniela esteve, nesta quarta-feira, na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado, com a mesma apresentação que usou na Câmara, na terça-feira. Ao chegar para a sessão, evitou cravar a jornalistas que manterá a cadeira. Disse que aguarda o resultado das articulações. "Achismo é algo complicado, mas estou aqui. Falaram que acham que continuo como ministra", contou.
A ministra negou que o governo esteja negociando compensações para ela e para Wagner Carneiro, seu marido e prefeito de Belford Roxo (RJ), que atuaram como importantes cabos eleitorais para o petista no estado na campanha de 2022. "Vou participar da reunião ministerial amanhã (hoje). Não tenho nenhuma negociação por cargos. Sigo servindo ao Brasil. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos, eu vivo um dia de cada vez", complementou.
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Waguinho, por sua vez, frisou que ele e Daniela acatarão a decisão de Lula e que continuam como apoiadores mesmo que a demissão se concretize.
O prefeito declarou não haver mágoas e que Lula deixou claro, no encontro de terça-feira, que não gostaria de trocar a chefia do ministério. "A gente fica no aguardo do que o presidente Lula decidir. Se ele disser 'Daniela fica no ministério', Daniela fica no ministério. Se ele disser 'agora sua missão é lá na Câmara', Daniela vai pegar a missão do presidente e vai atuar na Câmara. Ela é a deputada mais votada no Rio de Janeiro", enfatizou, nesta quarta-feira, no Planalto, onde se reuniu com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Assim como a esposa, Waguinho negou que negocia cargos para compensar a eventual demissão e disse que Daniela ficará na Câmara como base do governo, caso saia da pasta, pedirá recursos para os municípios que a elegeram. "O que ela vai pedir é o normal. Ela foi votada em 92 municípios do Rio de Janeiro. O que vai fazer é defender os prefeitos aliados e as cidades que votaram nela", frisou.
Parlamentares do União Brasil esperavam que a demissão ocorresse na terça, mas já contam com o deputado federal Celso Sabino (União-PA) à frente do Turismo. O imbróglio envolvendo a legenda se deu pelo litígio da ministra com a sigla e sua saída rumo ao Republicanos.
Mesmo sendo da base governista, o partido é do Centrão, que mais travou votações importantes para o Executivo no Congresso. Outras legendas também reclamam de demora na indicação de cargos de segundo e terceiro escalão e argumentam que não receberam o espaço devido na composição da Esplanada.
A expectativa é que, na reunião de hoje, Lula cobre dos seus ministros agilidade nas nomeações e que mantenham uma relação mais próxima do Legislativo.
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