SÃO PAULO

Tarcísio foge de crise e minimiza retirada de policial da equipe por Lula

O governador disse que conversou com o ministro da Justiça e que respeita a decisão

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta quinta-feira, 8, que conversou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre a pasta ter exigido a reintegração de Danilo Campetti, assessor especial do governador, à Polícia Federal (PF). O policial participou da condução coercitiva e prisão de Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato e estava cedido para trabalhar no Palácio dos Bandeirantes desde janeiro, como mostrou a Coluna do Estadão. O chefe do governo de São Paulo disse respeitar a decisão e deu o caso como encerrado.

"Ele é policial federal, subordinado à Polícia Federal. Eles têm o direito de pedir. Conversei com Flávio depois do pedido. Eu fiz minhas ponderações, ele fez as ponderações dele, tudo certo", afirmou ao Estadão na Marcha para Jesus, realizada na capital paulista.

A declaração ocorre após a base do governador cobrar explicações do Ministério da Justiça sobre a retirada do policial da equipe de São Paulo. O vice-líder de Tarcísio na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Guto Zacarias (União Brasil), enviou um requerimento à pasta pedindo explicações no início desta semana.

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Além de ter participado da condução coercitiva e da prisão de Lula durante a Lava Jato, Campetti escoltou o petista, em 2019, quando ele teve liberdade provisória concedida para ir ao velório do neto.

Naquele ano, a participação do agente nas operações provocou revolta na militância do PT por ele ser um apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, chegou a entrar com representação na PF e no Ministério Público Federal (MPF) contra o policial.

Um ofício assinado pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, foi enviado em abril ao gabinete do secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab, com o pedido de retorno do servidor às suas funções na corporação. A justificativa foi a falta de efetivo em razão da criação de novas diretorias na PF. Aliados de Tarcísio questionaram a decisão e veem tentativa de vingança pessoal.

Há cerca de dois meses, interlocutores de Tarcísio procuraram Dino e conseguiram postergar a saída de Campetti. Na última semana, no entanto, integrantes do governo federal mudaram a postura, exigiram o retorno do servidor e disseram que se tratava de um pedido direto de Lula.

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