O deputado cassado, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), se pronunciou nesta terça-feira (6/6), após a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados determinar a perda do mandato, acatando a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que entendeu que o registro de candidatura do parlamentar não foi válido e, portanto, ele não poderia ter concorrido no pleito do ano passado.
O agora ex-parlamentar prometeu “recorrer até o fim”, mesmo que as opções dentro do Congresso tenham sido exauridas. “Vou recorrer até o fim não por um cargo, não por um mandato, mas sim por todas aquelas pessoas que saíram das suas casas, com título de eleitor para depositar nas urnas aquilo que é a principal e mais preciosa ferramenta da democracia, que é o voto”.
Destacando que foi autor de 221 proposições legislativas em pouco mais de 100 dias de mandato, Deltan afirmou que se manteve fiel aos seus propósitos, mesmo tendo sido aconselhado a ser mais flexível.
Dallagnol acredita estar sendo perseguido politicamente pelo seu papel durante a Lava Jato.
“Eu não fui cassado pela minha saída do Ministério Público. Fui cassado pelo que eu fiz dentro do Ministério Público. Por ter ousado colocar corruptos pela primeira vez debaixo da lei”, observou.
Entenda
Por unanimidade, no mês passado, os ministros do TSE decidiram que Dallagnol cometeu irregularidades ao deixar o cargo de procurador do Ministério Público Federal (MPF) para se candidatar. No entendimento do plenário, ele pediu exoneração para fugir de procedimentos que poderiam resultar em condenação administrativa, o que faria com que ele se tornasse inelegível para concorrer por oito anos.
A decisão do TSE cassa o registro de candidatura e distribui os votos para a legenda partidária. Cabe recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas o afastamento do cargo eletivo é imediato e as chances de reverter o resultado por meio de ação no Supremo são pequenas.