LAVA-JATO

Toffoli concede habeas corpus para que Tacla Duran deponha na Câmara

Advogado diz ter sido alvo de tentativa de extorsão de pessoa próxima a Moro e tinha medo de ser preso ao chegar no Brasil

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, nesta terça-feira (6), um habeas corpus, ou seja, um salvo-conduto, para que o advogado Tacla Duran seja ouvido pela Câmara dos Deputados. O convite feito pelos parlamentares é para que ele fale sobre uma suposta tentativa de extorsão que teria sofrido por parte de um jurista próximo ao senador Sergio Moro (União-PR).

De acordo com as declarações de Duran, ele teria pago R$ 612 mil em propina para um advogado ligado ao escritório de Rosângela Moro, esposa de Sergio Moro. A extorsão teria ocorrido quando Moro era juiz da 13ª Vara de Curitiba, no âmbito da Lava-Jato. De acordo com a decisão de Toffoli, Tacla poderá entrar no Brasil para ser ouvido pelos deputados, e voltar ao local de origem sem o risco de ser preso.

Duran está morando na Espanha e foi alvo de cartas rogatórias feitas pelo Brasil pedindo a extradição dele para responder aqui por acusações feitas pelo Ministério Público. A propina que ele teria pago, assim como outros investigados, seria para que não fosse denunciado no âmbito da operação que investiga desvios nos cofres da Petrobras.

"Tacla Duran afirmou ter pago uma 1ª parcela de US$ 612 mil ao advogado Marlus Arns, ligado à esposa do Juiz Sérgio Moro, mas que se negou a pagar o restante", diz um trecho do documento enviado pela Câmara ao Supremo. Ele deve ser ouvido no dia 19 de junho, às 14h30 no parlamento.

Ele foi incluído no programa de proteção a testemunha do governo federal pelo juiz federal Eduardo Appio. No entanto, o magistrado foi afastado do cargo por uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

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