A primeira presidente mulher da Embrapa, Silvia Massruhá, anunciou que um concurso público para ingresso na corporação está programado para o 1º semestre de 2024. Convidada do CB. Agro — parceria entre Correio e TV Brasília — desta segunda-feira (5/6), ela destacou que é necessário trazer os conhecimentos da “nova geração” para atuar na instituição.
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O último certame para a Embraba ocorreu há 13 anos. Silvia Massruhá lembrou que, atualmente, há outros meios de jovens ingressarem no trabalho junto ao órgão como, por exemplo, bolsistas e estagiários. No entanto, não é possível “esses talentos”. Dessa forma, acaba resultando numa perda de pesquisadores de renome internacional, que optam por trabalhar em empresas do exterior.
De acordo com a presidente da Embrapa, há, porém, uma série de estímulos para que esses trabalhadores se mantenham no país, como programas de intercâmbio e de capacitação. Silvia Massruhá disse que a sucessão rural tem sido um dos grandes gargalos da produção rural. “O produtor vê que a tecnologia está influenciando os modos de produção e isso acaba estimulando jovens a integrar esse trabalho familiar para auxiliar nesses pontos”, ressaltou.
Massruhá afirmou que a Embrapa, atualmente, ocupa um papel de protagonismo na agricultura. Para ela, a manutenção desse protagonismo depende de uma renovação tecnológica para obter uma produção sustentável. Com tamanha competitividade, a manutenção da fatia de mercado depende desses avanços, argumentou a presidente.
Primeira mulher presidente
Silvia Massruhá comentou sobre ter se tornado a primeira presidente mulher da Embrapa e que não costuma atribuir a conquista a uma questão de gênero. “Estive na gestão durante os últimos 13 anos, então vejo isso como uma questão de meritocracia mesmo”, disse.
Para ela, porém, as mulheres apresentam um grande diferencial para a gestão, que é a maior capacidade de adaptação. Segundo ela, por terem de assumir múltiplos papéis desde sua criação, como filha, esposa, mãe e mulher profissional, as mulheres apresentam maior “plasticidade” e trazem mais dedicação à gestão.
Massruhá afirmou, ainda, que cumprir esse papel de mulher na presidência é uma enorme responsabilidade. Ela ressaltou que isso acaba gerando uma influência para o surgimento de maiores oportunidades para outras mulheres, inclusive dentro da Embrapa, e lembra que, durante seu tempo na gestão da empresa, viu a representatividade feminina crescer consideravelmente.
* Estagiário sob supervisão de Luana Patriolino