O Senado Federal realizou, nesta sexta-feira (2/6), uma sessão especial para celebrar o Dia da Imprensa. Instituído por lei em 1999, o Dia da Imprensa é comemorado em 1º de junho. Neste dia, em 1808, foi lançado o primeiro Correio Braziliense, ou Armazém Literário, publicado em Londres por Hipólito José da Costa, considerado o primeiro jornal brasileiro. A sessão pelo dia atende a requerimento (RQS 54/2023) apresentado pela senadora Leila Barros (PDT-DF) e outros parlamentares, que foi aprovado pelo Plenário em 10 de maio. Durante a sessão, o Correio Braziliense foi homenageado.
A celebração teve a finalidade de ressaltar a importância da imprensa para a democracia e chamar a atenção para o impacto das transformações tecnológicas sobre os meios de informação. No requerimento apresentado pela senadora Leila, ela defende o papel fundamental da liberdade de imprensa diante de afrontas e atos antidemocráticos.
Durante a abertura da sessão especial, a senadora Leila Barros (PDT-DF) afirmou que o Dia da Imprensa é uma ocasião que nos convida não apenas a comemorar, mas a ponderar sobre a sua relevância e os desafios enfrentados por um setor vital. “Porém, em meio a essas comemorações, não posso deixar de mencionar a agressão sofrida pela jornalista Delis Ortiz, da TV Globo”, ressaltou. “O episódio mancha a liberdade de imprensa e arranha a democracia que tanto defendemos. Como defensora dos direitos das mulheres e da liberdade de expressão, repudio veementemente esse e qualquer ato de violência contra jornalistas”, afirmou.
“Cada profissional de imprensa agredido é uma voz silenciada, é um atentado contra o direito que o povo tem de ser informado. Precisamos refletir sobre as dificuldades e riscos que ainda persistem no exercício dessa profissão em nosso país”, afirmou Leila. Segundo a senadora, é dever de todos nós proteger o direito desses profissionais de exercerem seu trabalho sem medo de represálias. “O incidente com a jornalista Delis Ortiz nos alerta que ainda temos um longo caminho a percorrer até a plena garantia desse direito. Em todos os casos, é necessário que os agressores sejam responsabilizados e que as ameaças e ataques sejam prontamente investigados e punidos, para garantir a segurança e a liberdade de nossa imprensa”, disse.
Ainda durante a sessão, o presidente do Correio Braziliense, Guilherme Machado discursou que em tempos de fake news e de inteligência artificial, torna-se um desafio distinguir o que é fato e o que é inferência, julgamento ou publicação fraudulenta. “A era da internet abriu a caixa de pandora, todos, sem discriminação se tornaram jornalistas (...) sem compromisso com a verdade. Os grupos de imprensa, amparados na responsabilidade pelos fatos, são o amparo da sociedade’, disse.
“É comum, diante de uma notícia jornalística bombástica, divulgada pela internet, ouvir a pergunta, ‘Deu no Jornal? Se não deu é fake’. O dia da imprensa é o reconhecimento, como um dos sustentáculos da democracia. O Correio Braziliense inspirou a criação do dia da imprensa, foi o primeiro jornal a exercer de fato uma atividade jornalística e formar opinião pública no Brasil”, afirmou Guilherme Machado.