Políticos e autoridades reagiram à confirmação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (1º/6), sobre a indicação de Cristiano Zanin para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio feito por Lula nesta quinta-feira (1º/6) não surpreendeu, uma vez que o petista já havia comentado, diversas vezes, a intenção de indicar o jurista à vaga. O elo entre os dois foi feito após Zanin atuar na defesa de Lula no processo da Lava-Jato.
A indicação de Lula provocou diversas reações entre políticos da oposição e de apoiadores do presidente. Para parlamentares da oposição, como o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), a indicação não é vista com bons olhos pelo histórico pessoal de Zanin com Lula e sugerem uma falta de "isenção" no julgamento dos processos no STF,
"A nomeação de um advogado e amigo pessoal do presidente da República para o Supremo Tribunal Federal não favorece a independência da instituição e fere o espírito republicano", criticou Moro nas redes sociais. O senador é uma figura emblemática na discussão por estar envolvido no processo de Lula na Lava-Jato. Já o ex-vice-presidente da República general Hamilton mourão (Republicanos-RS) disse que a indicação de Lula "ignora o espírito republicano, abandonando nomes com mais mérito, isenção e experiência na magistratura". A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) também falou em isenção no julgamento de Zanin. "Isenção acima de tudo", ironizou a parlamentar.
Figuras emblemáticas de oposição ao governo, como a família Bolsonaro, as ex-ministras e atuais senadoras Tereza Cristina (PP-MS) e Damares Alves (Republicanos-DF), além dos senadores Magno Malta (PL-ES), Romário (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES) não se pronunciaram ainda sobre a indicação.
Em contrapartida, a base do governo saiu em defesa da indicação de Lula. O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, disse que Zanin "demonstrou ter notável saber jurídico e reputação ilibada, conforme disposto no artigo 101 da Constituição". Para ele, "a sua indicação é também um reconhecimento ao papel dos advogados para o bom funcionamento da Justiça". O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo seguiu a mesma linha de Dino. "Não há dúvidas com relação a sua trajetória ilibada e respeitada no meio jurídico", declarou.
O senador Fabiano Contarato, líder da bancada do PT no Senado, afirmou que o jurista "é um advogado respeitado, tem carreira jurídica consolidada e atende todos os requisitos para ser o mais novo ministro do STF".