O Senado Federal instalou ontem (31/5) a Frente Parlamentar de Apoio ao Microcrédito e às Microfinanças, presidida pelo senador Esperidião Amin (PP-SC). A frente visa discutir a utilização de créditos em empreendimentos de micro e pequeno portes, e os impactos que a prática pode ter, como a geração de emprego e renda.
O evento de abertura ocorreu ontem, na sede da Casa Alta. Durante a cerimônia, a Caixa Econômica Federal e a Associação Brasileira de Entidades Operadores de Microcrédito e Microfinanças (Abcred) assinaram um convênio para facilitar o acesso a linhas de crédito para Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. O microcrédito é voltado para pequenos empresários, no valor de até R$ 20 mil.
- Empreendedores individuais terão microcrédito de até R$ 3 mil
- "Microcrédito é fundamental", diz presidente da Caixa
- "Caixa vai fazer o microcrédito por todo o Brasil", diz presidente da CEF
Ao Correio, a presidente da Abcred, Isabel Baggio, explicou que bancos, ministérios e outros órgãos que tratam de microcrédito, muitas vezes, realizam trabalhos de forma descoordenada, o que prejudica a obtenção de bons resultados. Em sua avaliação, a Frente vem para disseminar conhecimentos, boas prátias e articular melhor o setor. "Para que tenhamos bons resultados, tenhamos impacto, e para que esse crédito chegue nas mãos de quem precisa", frisou.
Segundo Isabel, o microcrédito e as microfinanças devem ser feitos com cuidado, já que as pessoas que buscam esse tipo de crédito não costumam ter um conhecimento elevado de educação financeira. "O que acontece é que a pessoa conhece muito bem sua atividade, é uma boa técnica, mas não conhece a gestão. Não conhece os princípios da boa administração. E isso é um problema", explicou.
Limitações estruturais
Além da Caixa, a Abcred fará também acordos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, possivelmente, com bancos comerciais.
"Os microempreendedores e as microempresas, em que pese sua importância econômica, enfrentam limitações estruturais de acesso ao crédito devido à elevada dificuldade de comunicação entre os empreendimentos e as instituições financeiras, à escassez de garantias e à maior vulnerabilidade, características dos micros e pequenos negócios", avaliou também Esperidião Amin.