JUSTIÇA ELEITORAL

Bolsonaro sobre 2026: "Ainda não tem nome na oposição"

Ex-presidente deu entrevista coletiva horas após decisão do TSE que o tornou inelegível. Bolsonaro criticou Lula e o tribunal

Bernardo Estillac — Estado de Minas
postado em 30/06/2023 17:00 / atualizado em 30/06/2023 17:02
 (crédito: Douglas Magno/AFP)
(crédito: Douglas Magno/AFP)

Jair Bolsonaro (PL) reagiu à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o tornou inelegível até 2030, com críticas ao julgamento e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista coletiva em Belo Horizonte nesta sexta-feira (30/6), horas após a corte formar maioria pela perda dos direitos políticos do ex-presidente, ele disse que o tribunal jogou contra sua candidatura em 2022.

Segundo Jair Bolsonaro, ainda não há lideranças de oposição capazes de concorrer com Lula no pleito de 2026, e a decisão de torná-lo inelegível favoreceria o petista.

“Estamos no caminho de uma ditadura. Quer dizer, o caminho está bastante avançado na direção de uma ditadura. Eleições sem confronto não são democracia. Quem seria oposição a esse atual mandatário que está aí em 2026? No momento, ainda não tem nome. Pode ser que apareça, mas não tem nome. Seria quase um W.O. ou poderiam, por aclamação lá no TSE, continuar o mandato do Lula; afinal de contas, ele é um grande democrata, um cara que teve na cadeia por tanto tempo condenado por nove juízes e tirado da cadeia para botá-lo na presidência”, disse, sarcasticamente.

Na sequência, Bolsonaro declarou que o TSE já trabalha contra ele desde as últimas eleições. O ex-presidente citou decisões do tribunal que o proibiram de usar materiais com informações falsas e uso de espaços públicos como o Palácio do Planalto durante a campanha eleitoral para afirmar que está sendo perseguido pela Justiça Eleitoral.

Bolsonaro foi condenado por cinco votos a dois no TSE em julgamento que analisou abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com embaixadores em julho do ano passado. Na ocasião, o então presidente reuniu representantes de diversos países para atacar, sem provas, as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro.

O ex-presidente estava em Belo Horizonte nesta sexta para acompanhar o enterro do ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli. Após o sepultamento, Bolsonaro se reuniu com parlamentares e lideranças políticas em uma churrascaria na Região Oeste da capital.

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