O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, listou uma série de mentiras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao votar por sua inelegibilidade por oito anos, nesta sexta-feira (30/6).
O magistrado levou uma espécie de fichário com a transcrição das falas do ex-presidente da República durante a reunião de julho de 2022 com embaixadores no Palácio da Alvorada. Para Moraes, Bolsonaro promoveu um “encadeamento de mentiras”.
"Encadeamento de mentiras, notícias fraudulentas. (...) Uma série de informações mentirosas, com qual objetivo? O objetivo é simplesmente desopilar? Uma produção cinematográfica com a TV Brasil para imediatamente, em tempo real, até as eleições, as redes sociais bombardearem os eleitores com essa desinformação, com sentido de angariar mais votos, mais eleitores", disse.
Alexandre de Moraes lembrou das falas de Bolsonaro, principalmente de uma suposta denúncia de que as eleições de 2014 foram fraudadas por hackers e de conhecimento do TSE. "Mentira! Todos sabemos, primeiro, que as urnas são off-line e não on-line. Tudo querendo insinuar fraude", continuou, também citando que o ex-presidente dizia que o código-fonte não era divulgado. "Ficou um ano disponível. Outra mentira", disse.
Durante seu voto, Moraes também lembrou que Bolsonaro acusava o TSE de conspirar contra sua reeleição, parafraseando o ex-presidente: “'Tudo o que eu falo aqui é conclusão da Polícia Federal ou informações do TSE'. Mentira. 'Não é um sistema confiável porque não é auditável'. Mentira. Uma série de informações mentirosas, notícias fraudulentas. Objetivo foi simplesmente desopilar? Presidente acordou nervoso, quis desopilar, e aí vamos atacar o sistema?", destacou o ministro.
Moraes então afirmou que não é liberdade de expressão atacar a credibilidade do sistema eleitoral, o que seria uma conduta vedada, não havendo dúvidas que Bolsonaro “atentou contra a Justiça Eleitoral”.
“Não há nada de liberdade de expressão. O presidente, que ganhou as eleições de 2018, diz que há fraude. Ataca a Justiça Eleitoral que o elege há 40 anos. Isso não é liberdade de expressão. É conduta vedada. Utilizando dinheiro público, estrutura púbica, é abuso de poder", disse Moraes.
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