O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira (30/6), da cerimônia de entrega de 446 residências do programa Minha Casa, Minha Vida, em Viamão, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, o chefe do Executivo não comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, por 5 votos a 2, tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos. No entanto, o petista voltou a criticar Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente não fez entregas de obras e se empenhou em mentiras durante o mandato.
- Em evento com Lula, petistas entoam "inelegível", no Rio Grande do Sul
- Ministros comemoram inelegibilidade de Bolsonaro: "Vai de retro"
- Bolsonaro é o 3° ex-presidente do Brasil a ficar inelegível; veja os outros
- "Facada nas costas", diz Bolsonaro após se tornar inelegível
"A gente pode mudar esse país, a primeira coisa é tentar tirar o ódio de dentro das pessoas", apontou. "Eu viajo muito, em todo estado que eu chego, faço a pergunta: alguém me diga uma obra pública feita pelo governo anterior. Na verdade, não existe. Não tem uma obra. Por Deus do céu, eu não sei o que foi feito por quatro anos a não ser mentira, destilação de ódio, provocação de mentira, ofensas a todo o mundo. Esse país não é assim. O povo brasileiro não é assim, é um povo muito fraterno, carinhoso, um povo bondoso. A gente não quer brigar", emendou.
Momentos antes, parte da plateia composta por petistas, comemorou a decisão do TSE e entoou gritos de "inelegível".
"Dentro do Palácio não tem notícia boa"
O presidente falou ainda sobre suas viagens e justificou que "dentro do Palácio não tem notícia boa". "Se vocês me convidarem aqui para inaugurar uma fábrica de palito de dente, eu venho. É preciso passar a ideia de que as coisas estão acontecendo. Você não pode ficar dentro do Palácio porque dentro do Palácio não tem notícia boa. Todo mundo que aparece no Palácio é para te pedir alguma coisa, ou cobrar alguma coisa. Mas, quando você sai na rua, você vai encontrar com o povo. E o povo pode te cobrar", continuou.
"Muitas vezes, nós políticos achamos ruim quando o povo vaiar a gente. Quando o povo aplaude, a gente adora. Quando a gente é candidato, a gente anda com o carro aberto, estendendo as mãos para todo mundo. Quando você é eleito, arruma um monte de segurança que contrata carro preto. Quando você entra, a porta do carro não abre, você sai corrido e não pode nem cumprimentar as pessoas. Então, obviamente, o povo tem razão de desconfiar", disse.
Desigualdade
O petista também relatou conversa com o papa Francisco há uma semana e disse querer fazer uma "campanha contra a desigualdade no mundo". "Não é possível desigualdade racial, de classe, de gênero, educação, na saúde, na rua que a gente mora. A desigualdade na comida. Tem uns que comem 10 vezes por dia e tem outros que passam três dias sem comer. Não é justo, nem é normal isso. Essa pobreza, na verdade, é falta de vergonha de quem governou esse país durante tantos anos. Nós provamos em 2012 que era possível acabar com a fome nesse país. Quando eu voltei tinha 33 milhões passando fome. Nós vamos acabar outra vez", prometeu.
Após o evento, Lula participou de um almoço oferecido pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. À tarde, o presidente visitará as novas instalações do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e participará da solenidade de inauguração formal dos novos blocos do hospital. Ele retorna a Brasília no final da noite.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.