A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (28/6), o hacker Walter Deltgatti Neto, conhecido por ter vazado conversas do celular do ex-juiz Sérgio Moro (atual senador pelo União Brasil), e de procuradores da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná. De acordo com fontes ouvidas pelo Correio junto à corporação, a prisão ocorreu em Campinas (SP).
Walter foi detido por descumprimento de medidas judiciais alternativas à prisão. Ele estava proibido de acessar a internet. No entanto, os investigadores identificaram atividades dele on-line. Então, a Justiça decidiu restabelecer o encarceramento por risco de que ele repetisse as ações anteriores, que o levaram a ser acusado pelo Ministério Público.
Delgati é investigado desde 2019 pela PF no âmbito da Operação Spoofing, que apura a invasão do celular de autoridades por um grupo hacker. Parte do conteúdo foi repassado à época pelo hacker a jornalistas do The Intercept e influenciaram nas anulações de processos contra o presidente Lula, que atualmente não responde mais ações da Lava-Jato na Justiça.
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A Polícia Federal chegou ao hacker, na ocasião, por investigação própria. Os jornalistas mantiveram o sigilo da fonte. Moro foi considerado suspeito, ou seja, que não conduziu os processos contra Lula de maneira neutra e teve interesses políticos, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na época, Moro questionou a decisão do Supremo e negou ter sido parcial. "Nunca houve qualquer restrição à defesa de Lula, cuja culpa foi reconhecida por dez juízes", afirmou o ex-juiz.
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