O ex-presidente Jair Bolsonaro usou um vídeo antigo do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, para rebater o voto do relator de uma ação contra ele que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na sessão realizada na terça-feira (27), o relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, votou para que Bolsonaro fique inelegível por oito anos.
No vídeo resgatado pelo ex-presidente, Lupi defende a impressão do voto após o eleitor fazer a escolha do candidato na urna eletrônica.
"No dia de ontem, 27 de junho, o senhor ministro Benedito Gonçalves, relator, deu o seu voto pela minha inelegibilidade por oito anos, sob a acusação de abuso de poder político numa reunião com embaixadores. Agora, o autor da ação é o senhor Carlos Lupi, presidente do PDT e atual ministro da Previdência Social do Lula. Veja o que ele disse há poucos meses sobre esse mesmo assunto", disse Bolsonaro, em um vídeo postado nas redes sociais.
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Em seguida, aparece a imagem com o discurso de Lupi. A fala ocorreu em maio de 2021, durante a campanha partidária do PDT. “É assim que ocorrem nas maiores democracias do mundo. Sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem a recontagem, a fraude impera”, afirmou o atual ministro, na época.
A ação no TSE é movida pelo PDT e não questiona a segurança da eleição ou a integridade do sistema eletrônico de votação, mas sim a conduta de Bolsonaro quando era presidente. Ele realizou uma reunião com embaixadores para questionar a legitimidade do resultado das eleições de 2022. O encontro ocorreu antes da votação em primeiro turno.
Julgamento no TSE
Para Benedito, o ex-presidente tentou colocar em dúvida a própria democracia e atacou as instituições. "Transbordam, enfim, no golpismo, sob a forma de um flerte perigoso com soluções extremas supostamente motivadas pelo desejo de eleições transparentes e autênticas, obstinadamente repetido para jamais ser saciável", disse o ministro, em um dos trechos do voto.
O julgamento terá continuidade na quinta-feira (29). Caso os demais ministros sigam o entendimento do relator, o ex-presidente ficará inelegível por oito anos.
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