Deputados federais apresentaram, nesta terça-feira (27/6), uma notícia-crime ao Ministério Público Federal (MPF) contra o coronel Jean Lawand Jr., que depôs na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques terroristas de 8 de janeiro. Segundo os parlamentares, o coronel prestou falso testemunho ao colegiado, já que as falas dele apresentam inconsistências em relação aos eventos investigados.
Assinam o pedido os deputados Duarte Jr. (PSB-MA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Rogério Correia (PT-MG) e pastor Henrique (Psol-RJ).
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"O coronel manipula seu discurso com o objetivo de tergiversar a ordem constitucional e encontrar subterfúgios para suas mentiras no âmbito da CPMI e se furtar da responsabilidade de dizer a verdade enquanto testemunha", argumentam os parlamentares no pedido. Segundo eles, como Lawand foi ouvido na condição de testemunha, e não de investigado, não pode mentir em seu depoimento e nem se recusar a participar.
Depoimento não condiz com mensagens
A notícia-crime contém prints das conversas entre Lawand e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na qual eles conversam sobre um possível golpe de Estado envolvendo as Forças Armadas. Segundo os deputados, o depoimento de Lawand não condiz com as mensagens trocadas.
"O denunciado mentiu ao distorcer suas próprias mensagens, afirmando que seu objetivo seria apenas de apaziguamento e que não possui conhecimento jurídico suficiente para trazer maiores elementos sobre possíveis crimes do ex-presidente Bolsonaro", frisaram os parlamentares.
Ao final da oitiva, o presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia (União-BA), também declarou que, em sua visão, o coronel mentiu no depoimento. "Quero dizer, meu caro coronel, que eu realmente tive um dia muito difícil, porque o tempo inteiro eu entendi que o senhor estava faltando com a verdade, mas fiz de tudo para manter meu lado legalista de não poder interpretar com meu sentimento", pontuou.
Segundo Maia, ele chegou a discutir se seria possível efetuar a prisão do coronel durante a sessão, e conversou sobre a possibilidade com o senador Sergio Moro (Podemos-PR).
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