8 de janeiro

Presidente da CPMI não acredita em depoimento de coronel Lawand

Arthur Maia (União-BA) ponderou, no entanto, que é um "legalista" e por não ter provas, prefere não acusar o militar de mentir

Ândrea Malcher
postado em 27/06/2023 19:22
 (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), preferiu não ser categórico em afirmar que o depoimento do coronel Jean Lawand Junior foi permeado por mentiras, nesta terça-feira (27/6). No entanto, o parlamentar declarou que não acredita nas explicações de Lawand, que se esquivou de responder aos parlamentares que seriam os referenciados nas conversas com Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O militar foi convocado pelo colegiado por mensagens de teor golpista trocadas com Mauro Cid. “Quero deixar claro que eu sou um legalista. Uma coisa é um depoente chegar aí e dizer ‘eu não estava na Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro’ e em seguida aparece um vídeo em que, inequivocamente, lá está ele. Isso aí categoriza, através de uma prova material, uma mentira. Outra coisa é o sujeito interpretar aquilo que ele disse”, ponderou Maia.

Maia ainda defendeu que tramas golpistas sejam analisadas individualmente e julgamentos não sejam estendidos aos militares em geral. “Se membros do Exército Brasileiro estiverem envolvidos com ideias, com inventivas e planejamentos golpistas, não podemos, de maneira nenhuma, atribuir às Forças Armadas qualquer tipo de responsabilidade”, observou ele. “A cada momento que passa, vemos que o Exército, as Forças Armadas, se mantiveram firmes no propósito de defender a democracia”.

Acampamentos bolsonaristas

O deputado reconheceu na manutenção dos acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis generais como um erro “geral”. “Obviamente aqueles acampamentos deveriam ter sido desmantelados logo num primeiro momento”.

“Todo mundo no Brasil sabe que o propósito daqueles acampamentos era uma pregação das Forças Armadas, solicitando que interviessem contra o Estado Democrático de Direito”, declarou o presidente da CPMI.

Segundo o parlamentar, na quinta-feira da próxima semana (6/7) serão apreciados novos requerimentos em reunião deliberativa. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), antecipou mais cedo que irá protocolar uma série de pedidos para quebra de sigilos bancários, telefônicos e telemáticos, visando avaliar se houve mentiras nas oitivas até o momento. O depoimento de Mauro Cid é esperado para a próxima terça (4/7).

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