Congresso

Deputado do PT diz que Lawand denuncia Bolsonaro ao "mentir" sobre mensagens

O coronel Jean Lawand Júnior nega ter incentivado o golpe no país durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro. "Ou o senhor está mentindo e precisa de óleo de peroba ou não sei o que o senhor está fazendo aqui", apontou Rogério Correia

Taísa Medeiros
postado em 27/06/2023 12:58 / atualizado em 27/06/2023 13:00
 (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Ao tecer questionamentos ao coronel do Exército Jean Lawand Júnior, o deputado Rogério Correia (PT-MG) insinuou que o depoente estaria denunciando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) por omissão. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do 8 de janeiro ouve nesta nesta terça-feira (27/6) Lawand, que é o segundo depoente da semana. O coronel apareceu em troca de mensagens com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid.

Correia citou o trecho das mensagens trocadas por Lawand com Cid, especialmente quando o coronel pede ao ex-ajudante de ordens para "convencer o Presidente a salvar o país". “E o Presidente não foi convencido a salvar o país? É isso?”, questionou o parlamentar. "O senhor disse agora mesmo: 'O Presidente não deu ordem para apaziguar o país'. O senhor está denunciando o Presidente Bolsonaro na sua mentira”, completou. "Ou o senhor está mentindo e precisa de óleo de peroba ou não sei o que o senhor está fazendo aqui", apontou Correia. 

Lawand afirmou que tal ponto se tratava apenas de sua "opinião". “Eu acreditava que, se viesse uma ordem do Presidente, como aconteceu com os caminhoneiros, o país seria apaziguado”, respondeu. O deputado rebateu: “O senhor está aqui, afirmando que o Presidente não deu ordem para apaziguar o país. Fica registrado que isso é o que disse aqui o Sr. Coronel Jean Lawand Junior”, disse Correia.

O parlamentar do PT citou então dois pontos em que o depoimento de Lawand assinala que Bolsonaro se omitiu. “Ou o senhor realmente está querendo culpar o Presidente pelo que aconteceu depois... E aí veio o dia 12, veio o dia 8, veio o atentado no dia 24. (...) O senhor ainda disse que eles continuaram na frente do Exército, porque o Presidente não deu ordem para eles saírem do Exército e apaziguar o país. Isso é a denúncia que o senhor está fazendo do Presidente Jair Bolsonaro”, frisou Correia, que na sequência chamou o depoente de “mentiroso”.

A defesa do coronel pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira para que ele tivesse o direito de ser ouvido como investigado na CPMI, pois assim ele poderia permanecer em silêncio. A ministra Cármen Lúcia concedeu a autorização. No entanto, ele não poderá ficar calado em todas as questões. Lawand pode manter o silêncio em questões em que a resposta possa incriminá-lo. Nos demais questionamentos, que se refiram a participação de terceiros, por exemplo, ele deve responder. 

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