Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do 8/1, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime defendeu que não há relação direta entre os fatos ocorridos em Brasília na noite de 12 de dezembro e a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocorrida na tarde daquele mesmo dia.
“Não há correlação entre os fatos que aconteceram na noite do dia 12 com a diplomação do Presidente. A diplomação do Presidente era um evento previsto, em que a Polícia Militar fez o policiamento como deveria ter sido feito”, disse. “Agora, os atos que aconteceram na noite do dia 12 foram atos que aconteceram devido à Polícia Federal ter efetuado a prisão do índio Serere no meio de uma caravana de ônibus, do lado da sede da Polícia Federal, e saiu com as viaturas em direção à sede da Polícia Federal”, relembrou.
- Cármen Lúcia permite que coronel Lawand fique calado na CPMI
- Naime irá à CPMI nesta segunda e irá falar, garante defesa
- Moraes nega liberação de Naime da CPMI, mas defesa apresenta atestado
O ex-comandante disse que, diante do ocorrido, reforçou o policiamento do hotel, onde estava hospedado o presidente da República. “A polícia estava numa rotina normal. Teve a diplomação, a diplomação correu perfeitamente. Quando a diplomação acabou, o Comandante-Geral determinou que estava liberada a tropa, que se seguisse o expediente normal. Só que, infelizmente, a Polícia Federal esqueceu de nos avisar que faria uma prisão no meio de uma caravana de ônibus no centro da cidade”, criticou.
Por conta disso, o policiamento foi direcionado à região do QG do Exército, uma vez que não havia nenhuma programação de atos por parte dos manifestantes, conforme relatou o ex-comandante. “A Polícia Federal nunca foi alvo daqueles manifestantes. A sede da Polícia Federal nunca foi alvo. O alvo deles, a gente sempre soube qual foi. O alvo sempre foi dito por eles que seria a Esplanada”, frisou.
Essa é a segunda semana de oitivas da Comissão. Terça-feira (27/6) será ouvido o coronel do Exército Jean Lawand Júnior. O militar trocou mensagens com o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, nas quais defendia uma intervenção militar após Jair Bolsonaro sair derrotado das eleições de 2022.
Saiba Mais
- Política Gilmar Mendes: em defesa da democracia, redes sociais precisam de freio
- Política Lula se diz "satisfeito" com chance de BNDES financiar gasoduto na Argentina
- Política Cármen Lúcia permite que coronel Lawand fique calado na CPMI
- Política PL das Fake News: mobilização das big techs "ultrapassou limites", diz Lira
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.