O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou, neste sábado (24/6), a sua viagem à Europa com uma coletiva de imprensa. Aos jornalistas, europeus e brasileiros, Lula fez um balanço dos encontros com chefes de Estado, das negociações quanto ao tratado comercial entre Mercosul e União Europeia (UE).
Questionado sobre o que foi conversado no encontro com Macron, a respeito do acordo comercial, o presidente relatou que o homólogo francês tem dificuldade em aprovar o tema junto ao Congresso. A França lidera os entraves feitos pelo bloco europeu. “Se a gente puder conversar com os nossos amigos mais à esquerda para poder ajudar, para que seja aprovado o acordo do Mercosul, nós vamos fazer”, frisou.
- Lula pressiona União Europeia por acordo com Mercosul
- Lula e Macron tratam sobre programa para submarinos durante encontro
- Jantar entre Lula e príncipe que deu joias a Bolsonaro é cancelado
Para o petista, é normal que a França tente proteger sua agricultura em um trato que envolve o Brasil, o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos. Porém, ele frisou que o protecionismo não é a melhor resposta. Lula defendeu ainda que ambos os lados “coloquem a arrogância de lado” para negociar, e argumentou que a UE também precisa do acordo. “A União Europeia não pode ficar, sabe, sendo a fatia de mortadela entre a nova guerra fria entre Estados Unidos e China”, declarou.
Já sobre o cancelamento do jantar com o príncipe saudita Mohammed bin Salman, que entregou joias milionárias ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021, Lula disse que não pensou sobre o caso das joias, e que só sabia que o encontro foi convocado para tratar de negócios entre os dois países. Segundo ele, o jantar foi desmarcado porque ele não teve condições de cumprir a agenda.
“Eu não estou preocupado com as joias. Não estou preocupado, porque isso não é comigo”, enfatizou Lula. “Vou pedir para que o Itamaraty o convoque (o príncipe) para ir ao Brasil discutir negócios com os empresários brasileiros”, acrescentou.
Rebelião russa
Enquanto Lula esteve na Europa para discutir, entre outros assuntos, sobre as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, o Grupo Wagner, de mercenários, iniciou uma revolta armada em território russo.
Questionado sobre o tema, porém, o presidente brasileiro desviou. “Lamentavelmente, eu não posso falar, porque eu não tenho as informações necessárias. Quando chegar ao Brasil, vou me informar de tudo que aconteceu ontem (23). Mas, agora, seria chutar”, respondeu.
Ele frisou, no entanto, sua defesa de uma solução diplomática para o conflito. “Meu pensamento é simples: eu sou contra a guerra. Nós condenamos a invasão russa ao território da Ucrânia. Isso já está declarado e votado na ONU (Organização das Nações Unidas), mas não implica que eu vou ficar fomentando a guerra”, explicou Lula.
O presidente também não confirmou se participará presencialmente da reunião entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, que ocorre no próximo mês em Bruxelas, Bélgica. Se ele não puder ir, afirmou que enviará como representante o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.