CONGRESSO

Bomba no aeroporto não teve "nada a ver" com 8/1, diz preso

George Washington de Oliveira é ouvido nesta quinta-feira (22/6) pela CPMI que investiga os ataques terroristas de 8 de janeiro

Taísa Medeiros; Victor Correia
postado em 22/06/2023 18:06 / atualizado em 22/06/2023 18:08
 (crédito: Reprodução/TV Senado)
(crédito: Reprodução/TV Senado)

Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques terroristas de 8 de janeiro, George Washington da Silva, preso pela tentativa de ataque a bomba ao Aeroporto de Brasília, declarou nesta quinta-feira (22/6) que o ato, ocorrido na véspera do Natal passado, não tem relação com os atos de 8 de janeiro.

Ao participar da oitiva, George declarou que permaneceria em silêncio, mas respondeu a algumas questões pontuais após acordo com sua advogada.

Questionado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF) se há relação entre a tentativa de atentado e os ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro, George respondeu: "Eu já fui condenado, foi preso. Meu caso não tem nada a ver com o caso do dia 8, que corresponde a essa CPMI".

Izalci, por sua vez, destacou a fala do depoente. "Acho que esse depoimento é importante. Retira a narrativa de vinculação do dia 12, 24 (de dezembro) e do dia 8 de janeiro", disse o senador. Durante a sessão, a oposição tentou desvincular os atos.

Quebra de sigilo

A base governista, porém, defende a tese de que os ataques iniciais levaram ao ato mais extremo, em janeiro. Em fala logo após a de Izalci, o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA) rebateu.

"Dizer que um ato não tem nada a ver com o outro é um equívoco. O senhor já foi abandonado. Os seus, que o senhor vivia defendendo, já lhe abandonaram. O bolsonarismo já o abandonou", disse o parlamentar. "Não venha dizer que foi um ato isolado, eu vejo seus depoimentos e vejo que o senhor tem a cara do bolsonarismo. É muito valente, mas chega aqui e fica caladinho", completou.

O deputado afirmou ainda que, diante do silêncio do empresário, iria solicitar a quebra do sigilo. “Estou informando ao senhor que por conta desse silêncio nós pediremos a quebra de sigilo. Nós queremos saber quem financiou”, disse. A quebra de sigilo é uma prerrogativa da CPMI para obter mais informações para o andamento da investigação.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação