O senador Omar Aziz (PSD-AM), relator do arcabouço fiscal na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, disse que o foco tem que ser melhorar a vida dos brasileiros que e tirar o orçamento de Brasília não resolve o problema do Brasil. "A capital federal tem demandas diferentes de outros estados, demanda que no nosso entendimento tem que ter um cuidado e isso qualquer perda de recurso pode prejudicar o andamento da administração de Brasília", disse o relator sobre os motivos da exclusão do Fundo Constitucional do DF das limitações do arcabouço fiscal, em entrevista exclusiva ao jornalista Roberto Fonseca na edição especial do CB.Poder especial desta quarta-feira (21/6). O programa é uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.
Questionado sobre a possível relação do texto original do arcabouço fiscal com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o senador disse não haver relação, mas pontua que houve uma falha por parte da Polícia Militar em resguardar o patrimônio público brasileiro.
O senador ainda não compareceu à CPMI do 8/1 e diz que ela está atrasada em cinco meses. "Toda investigação é válida", disse, mas pontua que a Polícia Civil está mais avançada nas investigações sobre o assunto.
Aziz ainda disse que os fatos ocorridos em janeiro foram uma vergonha. "Eu só acho que isso aí esses patriotas não trabalhavam. Eles passavam o dia todo na frente do quartel, como é que eles viviam e como é que eles pagavam a conta do mês? Esse tipo de patriota não serve para o Brasil”, afirma.
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Relação do governo com o Congresso
"As perspectivas são boas, você tem aí juros futuros caindo, você tem uma inflação diminuindo, você tem elevação da nota Brasil internacionalmente. Se você começar a gerar emprego, a construir casas para dar para a população, o resultado vai aparecer”, comenta Aziz sobre as expectativas para o atual governo.
Questionado sobre as diferenças do governo Lula e o seu antecessor Jair Bolsonaro, Aziz disse que não dá nem para comparar. “Não só pela relação com o Congresso, mas na diferença de tratamento. Não tem comparação, né? No ponto de vista econômico, ele falava 'vai lá no posto Shell (Ipiranga, em referência a Paulo Guedes), que ele resolve' e nada deu certo. Nós chegamos ao fundo do poço com relação aos juros.”
Reforma tributária
Sobre a proposta de reforma tributária que está sendo discutida na Câmara dos Deputados, o senador disse esperar mais informações, mas não se mostrou muito confiante. "Vamos ver se dá certo. Ainda precisa de mais para avaliar, até agora nós só temos diretrizes. Todos nós sabemos que resolver o problema da economia na teoria é uma coisa, na prática é totalmente diferente. Eu quero saber quem vai fazer conta para poder ver realmente quem vai perder e como vai ser essa compensação. O Brasil precisa arrecadar mais, mas ninguém quer pagar."
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Ao DF
Em última mensagem aos moradores do Distrito Federal, o relator do arcabouço disse que foi procurado não só por políticos mas por personalidades da cidade para acatar as emendas solicitadas. "Fui procurado pelo governador, pela vice-governadora, pelos senadores, pelos deputados distritais e pelos deputados federais. Todos preocupados, e no meu ponto de vista, no Senado não vamos ter problema em votar o arcabouço do jeito que foi definido na comissão."
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