Um dia após se reunir com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no gabinete do partido em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Senado. Segundo a coluna de Bela Megale, no O Globo, ontem (20/6), Bolsonaro havia sido orientado a permanecer em silêncio até seu julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), agendado para amanhã (22/6), que pode o tornar inelegível. Bolsonaro disse que se for cassado será “péssimo para a democracia”.
O ex-presidente compareceu ao gabinete de seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ao mesmo tempo em que ocorria a sabatina do advogado Cristiano Zanin, indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à vaga do Supremo Tribunal Federal (STF). “Me reuni de forma aberta com embaixadores. Não houve uma crítica, um ataque ao sistema eleitoral. Houve uma exposição da minha parte de como funcionam as eleições no Brasil", disse.
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"Não pode a jurisprudência mudar de acordo com a cara de quem está sendo julgado, de acordo com a ideologia. A jurisprudência é uma. Vai ser péssimo para a democracia se eu for julgado de forma diferente do que foi a chapa Dilma-Temer em 2017”, argumentou Bolsonaro.
Em junho de 2017, o plenário do TSE decidiu pela improcedência da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije 194358) que pedia a cassação da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer por abuso de poder político e econômico na campanha, com placar de 4 votos a 3.
8 de janeiro
Sobre os atos antidemocráticos ocorridos em 8/1, Bolsonaro voltou a defender que não se tratava de um golpe. “Nunca vi golpe domingo. Nunca vi golpe sem arma. Estão querendo dar ares de golpe ao 8 de janeiro. São atos de vandalismo e depredação abomináveis, ninguém concorda com isso. O próprio ministro da Defesa disse que não houve uma figura central coordenando”, apontou. O ex-presidente também questionou as prisões. Pelo menos 70 pessoas seguem presas em Brasília por conta dos atos que depredaram as sedes dos Três Poderes.
A respeito da primeira oitiva realizada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o 8/1, Bolsonaro saiu em defesa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cujo ex-diretor Silvinei Vasques foi ouvido ontem. “Teve perguntas que não tinham nada a ver com o 8 de janeiro. O trabalho que foi feito pela PRF tinha que ser feito, que é a fiscalização ilegal de eleitores”, defendeu.
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