O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques iniciou seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) nesta terça-feira (20/6) alegando que as acusações de que a PRF teria feito bloqueios estratégicos para atrapalhar a performance eleitoral do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram a “maior injustiça da história” da instituição. O ex-diretor ressaltou que não é verdade que a corporação direcionou a fiscalização para o Nordeste. As informações divergem das divulgadas na imprensa e pela investigação da Polícia Federal (PF).
“É no Nordeste brasileiro também que está a maior malha viária de rodovias federais do Brasil, está no Nordeste brasileiro. O Nordeste brasileiro também é onde a gente tem a maior quantidade de acidentes com vítimas, de todas as regiões do Brasil. É o Nordeste também que tem a segunda maior frota de ônibus do Brasil. É no Nordeste também que a gente tem o maior registro de apreensão de arma de fogo”, justificou o ex-diretor.
Em primeiro dia de oitiva, o colegiado também aprovou uma série de requerimentos de solicitação de informações e convocações de outros nomes, como o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias.
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Vasques defendeu, durante as eleições, o voto no então presidente em suas redes sociais. Na época, ele compartilhou uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: "Vote 22, Bolsonaro presidente". Dentro de poucas horas, a publicação foi apagada. Ele é investigado por improbidade por apoio a Bolsonaro e foi exonerado do cargo em dezembro, se aposentando logo em seguida.
"Nunca votei nele"
Sobre sua relação com o ex-presidente, Vasques definiu como “muito profissional”. “Eu nunca fui numa festa do presidente Jair Bolsonaro, nunca fui padrinho, nunca votei nele, até porque meu título é de outro município. O que temos é relação profissional. Ah, mas por que você tem foto com o presidente? A relação com ele era muito profissional, ele saía para ver como estava o serviço público”, explicou Vasques.
O ex-diretor caracterizou como “fantasiosa” a acusação de que houve uma trama dentro da instituição para atrapalhar o andamento das votações. “Eu tenho certeza de que nossos policiais são honestos. Hoje, para passar num concurso da PRF, são mais de mil candidatos por vaga. E, na PRF ou em qualquer órgão federal, vocês podem ter certeza de que ninguém consegue fazer uma trama dessa sem juntarem provas, sem ter... Então, isso não existe. Isso não existiu. É fantasiosa”, disse.
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