A permanência do senador Marcos do Val (Podemos-ES) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro está em xeque. Foi formalizado, nesta terça-feira (20/6), um requerimento para que o senador, que é membro titular, seja substituído por seu bloco ou partido.
“No nosso entender, isso configura conflito de interesse direto, e inviabiliza a devida apuração dos fatos, podendo vir a impedir, inclusive, o compartilhamento de informações relevantes para a comissão pelo STF”, argumentou o deputado Rogério Correia (PT-MG) ao apresentar o pedido.
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O petista salientou que não há relação de “impedimento político ideológico de nenhum parlamentar, que evidentemente tem aqui o seu direito conferido nas urnas”, porém o fato de ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) denotaria a complexidade da relação. A solicitação também foi enviada à presidência do Congresso Nacional. O presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), salientou que a presidência não tem autoridade nem competência para incluir ou excluir nenhum membro.
"Perseguição política"
Do Val utilizou a ocasião para se defender das acusações de envolvimento com os atos golpistas de 8/1. O parlamentar estaria atuando para atrapalhar o andamento das apurações contra extremistas que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. “Ele também coloca ali nos autos que eu publiquei um documento sigiloso, que era um crime gravíssimo. Só que o próprio ministro Moraes quebrou sigilo do documento no dia 5 de março. Foi feito rápido para pegar no meu aniversário. Foi algo grotesco, acho que nem um estagiário do Judiciário faria algo tão esdrúxulo”, criticou do Val.
O senador alega estar sendo vítima de uma perseguição política. “Não encontraram absolutamente nada, e não vão encontrar absolutamente. A gente pede muita cautela, porque a gravidade não é nem ter feito isso comigo, é ter entrado em outro Poder”, argumentou. O senador foi alvo, na última quinta-feira (15), de três mandados de busca e apreensão. Equipes da corporação visitaram endereços ligados ao parlamentar em Brasília e Vitória. A autorização para as ações foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
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