Mesmo com a advertência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não seguirá a lista tríplice, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou, no fim de maio, os três indicados para suceder Augusto Aras na Procuradoria Geral da República (PGR). São eles: José Adonis, Luiza Frischeisen e Mario Bonsaglia.
A relação de nomes não está prevista na Constituição, mas é bem vista entre as entidades de classe. Depois de ser escolhido pelo presidente da República, o indicado à PGR também deve passar por uma sabatina, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, para ser avalizado pelos parlamentares.
O cientista político Rafael Rodrigues Viegas, doutor em Administração Pública e Governo pela FGV-SP, tece críticas à elaboração da lista. Ele classifica a iniciativa como corporativista. “Trata-se de um projeto político de uma corporação para dar poder a um grupo de procuradores políticos que barganham com os candidatos todos os tipos de vantagens corporativas no eventual governo. A lista não está prevista em lei e faz todo sentido que não esteja”, ressaltou.
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Fora da relação divulgada pela ANPR, outros dois nomes se destacam: o dos subprocuradores Carlos Frederico Santos e Nicolao Dino. O primeiro ganhou projeção por ser o autor das ações relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro e, no Ministério Público Federal (MPF), é considerado moderado e discreto.
No caso do segundo — que vem se movimentando para se viabilizar como candidato à sucessão de Aras —, há contra ele a consanguinidade com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Pesa, ainda, um fator considerado excludente pelo governo: defender a Lava-Jato. Também é mal vista a possibilidade de, como o irmão, Nicolao ficar à vontade sob os holofotes — característica que tem incomodado ministros palacianos.
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