Polo Automotivo

Em Pernambuco, Lula volta a criticar taxa de juros: "Quem ganha com isso?"

O presidente Lula também criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e destacou ainda que o país possui 72 milhões de brasileiros endividados no Serasa: "Pessoas que fizeram dívida para comer"

Ingrid Soares
postado em 06/06/2023 19:24
 (crédito: Reprodução / TV Brasil)
(crédito: Reprodução / TV Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta terça-feira (6/6) a taxa de juros no país de 13,75% e apontou que não há "nenhuma explicação histórica" que justifique "os juros mais altos do mundo". Durante discurso em Goiana, Pernambuco, onde visitou o Polo Automotivo Stellantis, o chefe do Executivo questionou "quem é que ganha com isso?".

"Eu quero dizer que esse país vai voltar a crescer, vai voltar a ter crédito porque não há nenhuma explicação histórica da gente ter os juros mais alto do mundo, de 13,75%, quando na verdade a inflação está durante 12 meses apenas em 4,7%. Para que esse juro tão alto? Quem ganha com isso e quem é que perde? Quem perde nós sabemos que é o povo brasileiro. É o empresário que quer investir, o pequeno e médio empreendedor, são as pessoa que querem tomar R$ 200, R$ 500 emprestado para fazer um carrinho para vender cachorro quente, de pipoca, que quer montar um salão, montar alguma coisa. Ele precisa ter acesso a dinheiro e só pode ter acesso se o dinheiro for barato, se for caro não tomam emprestado porque não podem pagar", apontou.

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Lula também criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e destacou ainda que o país possui 72 milhões de brasileiros endividados no Serasa. 

"Pessoas que fizeram dívida para comer, que utilizaram cartão de crédito para comer e que agora não podem pagar por irresponsabilidade de um governante que não soube entender a índole do povo brasileiro. Quero dizer aos empresários dessa empresa e trabalhadores que esse país vai voltar a crescer, vai voltar a ter crédito barato e vai trabalhar para que o Nordeste seja tratado da mesma forma como países do Sul porque não é justo que o Nordeste seja tratado com o segundo primo ou o primo pobre desse país", continuou.

O presidente ressaltou ainda "três palavras mágicas para que um governo dê certo": credibilidade, estabilidade política e social e previsibilidade.

"Temos que pensar, saber e projetar o que vai acontecer na nossa vida na próxima semana. Quando a gente pensa, as coisas dão certo. Quando a gente não pensa, as coisas dão errado. O Brasil não merecia passar pelo que passou, merecia melhor sorte, esse país era um país muito respeitado no mundo, virou protagonista internacional e voltamos para fazer o Brasil voltar a ser protagonista internacional. Hoje, os investimentos que esse país necessita é preciso que o governo tenha credibilidade, previsibilidade. Que garanta estabilidade inclusive jurídica para que as pessoas possam investir. Como vou convencer um empresário a colocar dinheiro nesse país se eu não der para ele nenhuma garantia?".

Por fim, alegou que, em 2010, a indústria automobilística vendia 3,8 milhões de carros com expectativa de chegar a 5 milhões, mas que o mercado caiu e o país "andou para trás" durante o governo Bolsonaro.

"Hoje, o Brasil produz menos de 2 milhões. Se a indústria nesses anos não cresceu, significa que não cresceram empregos e nem salários. O país andou para trás. Nós voltamos para recuperar esse país. Eu posso dizer de forma muito categórica, a única razão que eu voltei a me candidatar presidente da República foi para provar outra vez para a elite atrasada brasileira que um torneiro mecânico é capaz de fazer o que eles não conseguiram fazer em tantos anos nesse país", concluiu.

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