SOLENIDADE

Marina: morte de Dom e Bruno expõe uma Amazônia entregue ao crime organizado

Durante solenidade do Dia Mundial do Meio Ambiente, Marina disse que foi "simbólico" o assassinato do indigenista ter ocorrido após demissão da Funai

Ândrea Malcher
postado em 05/06/2023 19:12 / atualizado em 05/06/2023 19:22
 (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)
(crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lembrou do assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira durante a solenidade do Dia Mundial do Meio Ambiente, nesta segunda-feira (5/6), no Palácio do Planalto. As viúvas Alessandra Sampaio, de Dom Phillips, e Beatriz Matos, de Bruno Pereira, estiveram presentes durante a solenidade.

“As ameaças não são impostas apenas pelo meio ambiente degradado, por isso iniciamos hoje essa celebração com o reconhecimento da justa homenagem prestada ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista Dom Phillips, barbaramente assassinados no Vale do Javari, no estado do Amazonas enquanto defendiam uma causa que o estado deveria defender”, iniciou Marina.

A ministra destacou a proteção de recursos naturais como uma “agenda estratégica para a humanidade" e a Amazônia como um bioma “entregue ao crime organizado".

"Há exatamente um ano, esse crime chocou o mundo e expôs a fragilidade de uma Amazônia entregue ao crime organizado que desmata e mata quem atravessa o seu caminho para defender a floresta e seus povos originários", pontuou.

Ela ainda destacou que o crime na região se torna cada vez mais empoderado “por representantes do próprio estado, quando deveriam ser duramente combatidos”.

"É muito simbólico que Bruno Pereira estivesse trabalhando com uma associação de indígenas no Vale do Javari e lá tenha sido assassinado após ter sido demitido de sua função na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), quando desempenhou corretamente suas funções e desagradou os dirigentes da época", observou a chefe da pasta do Meio Ambiente.

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