O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (1/6), abriu o jogo sobre a possibilidade de ficar inelegível e afirmou que não gostaria que as “portas fossem fechadas na política”, admitindo a possibilidade de concorrer ao Senado ou voltar à disputa da Presidência da República em 2026.
Segundo a entrevista registrada pela revista Veja, Bolsonaro declarou que a vida política “está no sangue”. “Não é fácil você ser presidente da República, governador, prefeito, chefe de Executivo. Eu não gostaria que minhas portas fossem fechadas para o futuro na política”, disse o ex-chefe do executivo.
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Bolsonaro também lembrou que está aposentado da Câmara dos Deputados e que recebe um salário do Partido Liberal (PL), onde ele é presidente honorário da legenda. "Mas gostaria, se pudesse, colaborar no futuro com um mandato de senador ou como futuro candidato à Presidência da República, eu gostaria”, afirmou.
Ainda na quinta-feira o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, relator do caso mais avançado que pode levar Bolsonaro a inelegibilidade, liberou a ação para ser julgada no plenário da corte. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, ainda precisa agendar a sessão, o que não vai ocorrer na próxima semana porque a pauta do tribunal já foi definida.
O que pode levar Bolsonaro à inelegibilidade?
O ex-presidente é acusado pelos ataques que fez ao processo eleitoral e às urnas eletrônicas durante uma reunião com embaixadores, no dia 18 de julho de 2022. A prática pode ser considerada abuso de poder político no âmbito da lei eleitoral, ou seja, quando ocorre situações em que o acusado se vale de sua posição e se utiliza de bens públicos para agir de modo a influenciar o eleitor.
O encontro foi transmitido em rede nacional pela TV e Internet, nos canais oficiais do governo.
No dia 12 de abril o Ministério Público Eleitoral (MPE) se manifestou favorável à inelegibilidade de Bolsonaro. O vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, concorda com a procedência da ação. A manifestação do MPE foi a última fase da ação da investigação judicial eleitoral, antes de poder ser elaborado o voto do relator.
Caso o tribunal forme maioria para condenar Bolsonaro, o ex-presidente vai ficar inelegível por oito anos. A corte tem sete ministros, sendo que três são escolhidos entre os juízes que integram o STF, dois que atuam no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outros dois escolhidos pelo presidente a partir da lista encaminhada pela suprema corte.
Na última terça-feira (30/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou dois novos ministros para o tribunal eleitoral. Floriano de Azevedo Marques Neto vai ocupar a vaga deixada por Sérgio Banhos e André Ramos Tavares entra no lugar de Carlos Horbach, pelos próximos dois anos.
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Ainda na quinta-feira o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, relator do caso mais avançado que pode levar Bolsonaro a inelegibilidade, liberou a ação para ser julgada no plenário da corte. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, ainda precisa agendar a sessão, o que não vai ocorrer na próxima semana porque a pauta do tribunal já foi definida.
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