O ex-deputado estadual pelo Paraná, Tony Garcia, afirmou que o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) interferiu no afastamento do juiz federal Eduardo Appio da operação Lava-Jato. Em entrevista à "CNN Brasil", o ex-parlamentar afirmou que trabalhou em parceria com o Ministério Público Federal, mas teve suas contribuições arquivadas.
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De acordo com Garcia, que foi delator da Lava-Jato e pivô das denúncias que levaram à prisão o ex-governador paranaense, Beto Richa, ele trabalhou em parceria com Moro para obter informações que pudessem comprometer parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT).
“Eles me amarraram nesse acordo durante dez anos. Eles ficaram me usando para obter informações, usaram informações para perseguir o PT, eles usaram da minha amizade com o Eduardo Cunha para eu colher informações de operadores do PT, operadores da Petrobras, operadores do Zé Dirceu, de tudo, eles queriam pegar tudo”, disse à "CNN".
Garcia disse que Moro articulou o afastamento de Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba porque ele levaria adiante denúncias feitas pelo ex-parlamentar que acabaram arquivadas pela juíza Gabriela Hardt, aliada do senador e antiga responsável por julgamentos da Lava-Jato.
"O Moro entrou em cena logo para abafar isso daí, para tirar o Appio. Porque ele achava que o doutor Appio era a pessoa que ia dar continuidade, ia tirar esse esqueleto do armário”, disse o ex-deputado.
Appio assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitam os processos remanescentes da Lava-Jato, em fevereiro. Cerca de três meses depois, ele foi afastado provisoriamente do cargo. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) apura se o magistrado foi responsável por uma ligação para o filho de um ex-relator da Lava-Jato fingindo ser um funcionário da Justiça Federal.
O juiz Eduardo Appio é reconhecido por ser um crítico dos métodos utilizados por Sergio Moro durante a operação Lava-Jato. O senador já fez críticas públicas ao magistrado.
À reportagem da "CNN", Moro disse que o relato de Tony Garcia é mentiroso e sem amparo em qualquer prova. Gabriela Hardt e o Ministério Público Federal do Paraná não se pronunciaram.
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