O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reuniram na manhã desta segunda-feira (5/6) no Palácio da Alvorada, para um café da manhã. Segundo coluna do Estadão, o encontro é para tentar ajustar a relação entre governo e os deputados, que atingiu o grau máximo da crise durante a tramitação da Medida Provisória (MP) dos Ministérios.
A reunião entre os dois acontece após uma semana de embates entre o Planalto e o comandante da Casa Legislativa, com críticas à articulação política e pedido de uma reforma ministerial para abrir espaço para partidos de centro.
- Lula venceu disputa com Lira na aprovação de MP, dizem lideranças
- Com MP dos Ministérios ameaçada, Lula deve encontrar Lira nesta quarta
- Após susto, Lula volta à articulação política e quer intensificar diálogo
A aprovação do texto só saiu após Lula prometer ao Centrão que haverá mudanças na articulação do governo, como defendem parlamentares, além da liberação de emendas e cargos.
O café da manhã, que aconteceu por volta das 8h, não estava planejado na agenda oficial do presidente. Ainda de acordo com a coluna, a extensão do encontro levou ao adiamento de outros compromissos, como a reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para avançar em temas da agenda econômica, a exemplo do chamado "Desenrola" e do programa do carro popular.
O texto também afirmou que o café entre Lula e Lira foi articulado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). O petista tentava promover o encontro desde a semana passada.
Para além dos problemas de articulação política, a relação entre Lula e Lira piorou ainda mais após a Polícia Federal deflagrar uma operação contra aliados do presidente da Câmara, o que levou o ministro da Justiça, Flávio Dino, a ir à residência oficial do alagoano para conter a escalada da crise. Para interlocutores do deputado alagoano, a PF teria agido diretamente para atingi-lo.
Pressão
Interlocutores da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) confirmam que há uma pressão do Parlamento para um novo modelo de distribuição de verbas parlamentares, que na gestão anterior ficou conhecido como Orçamento Secreto, as RP9.
Por isso, o governo pensa em uma alternativa, dentro da Constitucionalidade, de fazer um arranjo para atender aos parlamentares.
Uma das possibilidades seria usar programas governamentais, como o Minha Casa, Minha Vida. Seria uma espécie de cesta de oportunidades em que o governo repassaria a verba para o parlamentar fazer chegar à ponta, mas com uma entrega concreta.
Por enquanto, a Câmara tem demonstrado uma insatisfação com a interlocução do governo. Parlamentares falaram ao Correio, na semana passada, que o atraso na votação seria uma espécie de "freio de arrumação" para ser designado um intermediador entre Legislativo e Executivo. De lá para cá, Lula tem entrado em cena para organizar a situação.
Com informações da Agência Estado
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.