A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os participantes, mandantes intelectuais e financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro deverá pedir pelos relatórios sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Na quarta-feira (31/5), a colunista Malu Gaspar, do Globo, divulgou que há indícios de falsificação de relatórios enviados à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional.
O objetivo da adulteração dos documentos seria de ocultar que o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, foi avisado, por meio de mensagens em seu celular, sobre o risco das manifestações de 8 de janeiro.
"Esses relatórios a gente pede para que possam chegar a conhecimento na CPI. São relatórios sigilosos, e a gente até acredita que essa classificação deve ser suspensa pelo governo", disse a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), nesta quinta-feira (1º/6). Segundo ela, os documentos vazados podem ter sido contaminados por diferentes versões, e para averiguar se de fato houve "fraudes, rasuras ou coisa parecida", é preciso que os documentos originais sejam enviados ao grupo. "A gente deverá ter o documento na mão concretamente para que, de posse desse documento, possa fazer uma apresentação do que efetivamente ocorreu", frisou Eliziane.
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"Golpe"
O general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), foi ouvido hoje na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na ocasião, ele negou ter qualquer participação e disse que o termo "golpe" foi banalizado.
Eliziane afirmou à imprensa que Heleno é uma das pessoas que já tiveram requerimentos protocolados para ser convocados para à CPMI e que conta com o processo de investigação para definir se as invasões se tratavam ou não de um golpe. "Só existe um fato muito real: você teve uma invasão à sede dos Três Poderes. Toda a história política mundial dos nossos tempos e dos tempos atrás mostram claramente que um golpe é precedido de um olhar voltado para sede dos poderes, seja invadindo ou seja queimando coisa parecida", destacou Eliziane.
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