Busca e apreensão

Kits de robótica: 67% do orçamento foi para uma única empresa

Operação que mira empresa e envolvidos na compra de kits de robótica entre 2019 e 2022 aponta que mais da metade do orçamento foi destinada para empresa ligada ao deputado Arthur Lira (PP-AL)

Renato Souza
Mariana Albuquerque*
postado em 01/06/2023 13:47
 (crédito: Polícia Federal/Divulgação PF )
(crédito: Polícia Federal/Divulgação PF )

Após operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (1º/6) para levantar provas sobre desvios em contratos para a compra de kits de robótica com dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), fontes ligadas à investigação afirmaram que 67% do orçamento do material foi enviado a apenas uma empresa, ligada a aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). As informações foram obtidas com exclusividade pelo Correio.

A PF já havia confirmado que o valor teria um único direcionamento, a Megalic, empresa fornecedora dos equipamentos de robótica que funcionava em uma pequena casa no bairro de Jatiúca, em Maceió, e com capital social de R$ 1 milhão.

Um assessor de Lira foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF. Ao todo, foram 26 mandados de busca e dois de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal de Alagoas. Todos os alvos da operação são aliados do presidente da Casa, como Luciano Ferreira Cavalcante, lotado na liderança do PP na Câmara. A esposa de Cavalcante, Glaucia, também já foi assessora de Lira e aparece na investigação. As informações são da Folha de S. Paulo.

Pernambuco também recebeu verbas

A ação da PF teve apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e recebeu o nome de Operação Hefesto. O objetivo é desarticular uma organização criminosa suspeita de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas. De acordo com informações obtidas pelo Correio, o segundo estado que mais recebeu foi Pernambuco, que foi destino de 13% da verba investigada. 

No endereço de um dos alvos, em Brasília, agentes apreenderam uma grande quantidade de dinheiro em cédulas de R$ 50 e de R$ 100, dentro de uma mala. Segundo a CGU, as fraudes e superfaturamento geraram prejuízo ao erário de R$ 8,1 milhões, e sobrepreço, com prejuízos potenciais de R$ 19,8 milhões, em relação às despesas até então analisadas.

*Estagiária sob a supervisão de Victor Correia

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