Em meio a pressões para a aprovação da medida provisória (MP) que estrutura os ministérios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), negou ter pedido a demissão do chefe da pasta dos Transportes, Renan Filho.
“É falsa e descabida a informação que pedi ‘a cabeça de ministro’, e muito menos em troca de aprovação de qualquer proposta do Governo”, escreveu Lira no Twitter. “Tenho agido sempre com respeito aos Poderes. A origem da desinformação segue na mesma linha daquele que tem usado as redes sociais, e seus prepostos, para me desrespeitar gratuitamente”.
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Lira é rival estadual do pai do ministro, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), e estaria pedindo a saída de Renan Filho, após uma postagem do parlamentar chamando o presidente da Câmara de caloteiro, na última segunda (29).
Era esperada que a MP fosse votada pelo plenário da Câmara ontem (30), no entanto, somente a medida do Bolsa Família e Auxílio Gás foi apreciada e aprovada. Desta forma, o governo contará com somente um dia para que o desenho da Esplanada trâmite no Senado, contando que ela seja aprovada hoje na Câmara, visto que a medida perde a validade nesta quinta (1º/6).
Esvaziamento
A MP escancarou as dificuldades que Lula vem enfrentando para articular medidas junto ao Congresso Nacional. A medida esvaziou os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI), retirando importantes atribuições ainda no relatório de Isnaldo Bulhões (MDB-AL) na comissão mista, como, por exemplo, a gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e da Agência Nacional de Águas (ANA), da pasta de Marina Silva; e a demarcação de terras indígenas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), submetida ao MPI.