A Câmara dos Deputados adiou, nesta terça-feira (30/5), a votação da MP 1164 que reestrutura a Esplanada dos Ministérios. Com data para caducar amanhã, em 1º de junho, governo corre sério risco de ‘parar’ ao perder sua estrutura de governo. A avaliação dos líderes de diversos partidos é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisará entrar no circuito para evitar uma dura derrota para o governo. Há entre lideranças do Centrão um clima de insatisfação com os articuladores e líderes do governo e do PT.
No dia 1º de janeiro, já na posse presidencial, Lula assinou uma MP para ter 37 ministros em sua estrutura ministerial. A maior parte dos parlamentares é do próprio PT e partidos de esquerda. Fora do campo, estão PSD, MDB e Uniao Brasil, que, na Câmara, não conseguem entregar os votos necessários, mas desfrutam das pastas do governo Lula.
O adiamento foi determinado após uma reunião dos líderes partidários com Arthur Lira (PP-AL), que decidiu adiar a sessão por pedido do governo. O motivo foi a alta possibilidade do texto ser rejeitado no Plenário.
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Deputados da base aliada, como Felipe Carreras (PSB-PE) e André Figueiredo (PDT-CE), fizeram duras críticas à articulação política do governo. Internamente a base demonstra grande insatisfação com os trabalhos dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).
Na esteira desses problemas está a vontade de partidos como PP e Republicanos para compor a composição ministerial de Lula. Um rearranjo ou um acordo dessa ordem pode evitar que o governo durma com 37 ministérios nesta quarta-feira (31/5) e acorde com 23 na quinta-feira (1º/6).
Na saída da reunião dos líderes com Lira que decidiu sobre o adiamento, ontem, o deputado Mendonça Filho (União-PE) definiu: “Parece um governo de quatro anos. É um governo no que parece velho de tanto desgaste”.