Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender o governo de Nicolás Maduro na Venezuela durante entrevista coletiva no encerramento da cúpula da América do Sul na noite desta terça-feira (30/5), em Brasília-DF. O presidente brasileiro reiterou a ideia de que as denúncias sobre falta de democracia no país vizinho fazem parte de uma "narrativa" contrária ao governo venezuelano.
Lula foi indagado por um jornalista argentino a respeito de críticas feitas pelos presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, a respeito da defesa do regime venezuelano. Ambos os líderes questionaram o emprego do termo "narrativa" feito pelo petista para tratar sobre o governo de Maduro. Na resposta, o brasileiro defendeu suas declarações anteriores.
“Desde que o (Hugo) Chávez assumiu, foi construída uma narrativa de que o cara é um demônio. [...] Foi assim que aconteceu com o Chávez e foi assim que aconteceu comigo. Venderam uma mentira e depois ninguém conseguiu provar. O que eu disse para o Maduro é que existe uma narrativa no mundo de que a Venezuela não tem democracia, que ele cometeu erros. É obrigação dele construir uma narrativa com fatos verdadeiros”, disse, relembrando o líder venezuelano que precedeu Maduro.
Lula prosseguiu afirmando que disse a Maduro que ele deve preparar um documento com a assinatura de partidos de oposição, de lideranças parlamentares e de governadores venezuelanos atestando a democracia no país para apresentar ao mundo. O presidente brasileiro concluiu dizendo que a soberania da Venezuela deve ser respeitada.
Na mesma resposta, Lula se referiu a Jair Bolsonaro (PL), mesmo sem citar o ex-presidente nominalmente, como um “troglodita que não acredita em resultado eleitoral” e recordou as manifestações golpistas do 8 de janeiro.