Em coletiva de imprensa após a Cúpula de líderes da América do Sul, nesta terça-feira (30/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e disse que "ninguém é obrigado a concordar com ninguém". "Sempre defendi a ideia de que cada país é soberano para decidir modelo político, coisas internas”, declarou.
“A mesma exigência que o mundo faz para a Venezuela, não faz para a Arábia Saudita. É muito estranho. Eu quero que a Venezuela seja respeitada. Quero isso para o Brasil e o mundo inteiro", emendou.
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Na segunda-feira (29/5), após encontro bilateral com Maduro, Lula alegou que a Venezuela é uma "democracia" e é alvo de "narrativa política". Os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, fizeram críticas ao apoio do brasileiro durante a reunião de líderes. “O fato de ter dois presidentes que não concordaram, não sei em que jornal eles leram. Eu disse que aqui não foi convocada reunião de amigos do Lula, foi convocada uma reunião de presidentes para construir um órgão dos países", afirmou o petista.
“Foi construída uma narrativa em que determina que o cara é um ‘demônio’, a partir daí começa a jogar todo mundo contra ele. Foi essa mesma narrativa construída em meus processos”, disse Lula, ao se comparar com Maduro. “O que disse para Maduro é que existe uma narrativa no mundo de que na Venezuela não tem democracia e ele cometeu erros”, acrescentou.
Cúpula
A cúpula dos líderes da América do Sul está sendo retomada após oito anos, com convite para a reunião feito por Lula para retomar a cooperação entre as nações vizinhas. Participam do encontro o presidente da Argentina, Alberto Fernandéz; da Bolívia, Luís Arce, da Bolívia; do Chile, Gabriel Boric; da Colômbia, Gustavo Petro; do Equador, Guillermo Lasso; da Guiana, Irfaan Ali; do Paraguai, Mário Abdo Benítez; do Suriname, Chan Santokhi; do Uruguai, Luís Lacalle Pou; e da Venezuela, Nicolás Maduro.
Apenas a presidente do Peru, Dina Boluarte, não compareceu ao encontro, devido a crise institucional e política vivida pelo país, que está sendo representado pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.