A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou nesta terça-feira (30/5) a necessidade de políticas entre as nações que impeçam que episódios como os do jogador de futebol Vini Jr. continuem acontecendo. Ela expressou, também, a importância de reconhecer as consequências do legado da colonização para a história dos povos pretos. A ministra participou do 2º Fórum Permanente Afrodescendente da ONU, após ser convidada para falar durante a cerimônia de abertura.
Antes da ministra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou, em vídeo, sobre o caso do jogador do Real Madrid. Para Lula, o racismo transcende fronteiras, e o posicionamento do jogador é uma forma de mostrar que se deve fazer mais para interromper circuitos de violência.
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Anielle destacou, em sua fala, a primeira participação do Brasil no Fórum. Na primeira edição, em 2021, o Brasil não teve representantes enviados pelo governo Bolsonaro. A ministra também afirmou o compromisso do país em criar políticas de reestruturação de memória e promoção de reparação racial, como uma liderança de combate ao racismo no mundo.
Violência
Para a ministra, o Fórum é uma oportunidade de observar o passado e as contradições do presente sem perder uma chance de mudanças no futuro. Ela também destacou como a pandemia da covid-19 mostrou a fragilidade da justiça social, uma vez que afetou mais as populações negras.
“Vamos nos solidarizar com o menino Vinicius Jr. Jogador do Real Madrid que, nas últimas duas semanas, sofreu as consequências do racismo em uma manifestação de ódio, violência e agressão de mais de 500 mil pessoas em um estádio de futebol. Seja no Brasil ou na Espanha, nossos governos, repito, nossos governos devem priorizar nossas políticas internas e externas na luta e superação do racismo, da xenofobia e do discurso de ódio como pilares centrais da nossa democracia. Esse fórum global representa a esperança de um futuro onde nenhum outro Vinicius Jr. tenha que passar por violência e ódio apenas por causa de sua cor de pele“, disse a ministra.
*Estagiária sob supervisão de Victor Correia